
Parece que o Mercado Livre está com a corda no pescoço — e dessa vez o problema vem das farmácias. O Conselho Administrativo de Defesa Econômico, o tal CADE que todo mundo teme quando o assunto é concorrência, resolveu abrir os olhos para o que acontece na plataforma.
E olha, a coisa não é simples não. A investigação começou porque algumas redes farmacêuticas tradicionais ficaram com a pulga atrás da orelha. Elas alegam que o Mercado Livre estaria dando uma canetada especial para as farmácias que são suas próprias parceiras — tipo a Droga Raia e a Drogasil, que fazem parte do mesmo grupo.
O que o Mercado Livre alega?
Ah, a defesa é daquelas que faz a gente coçar a cabeça. Eles basicamente dizem que não há nada de errado porque... bem, porque não há mesmo. Segundo a empresa, tudo não passa de uma grande confusão.
O argumento principal? Que as tais "vantagens" que estariam sendo oferecidas às farmácias do grupo são, na verdade, disponíveis para qualquer um que queira vender medicamentos na plataforma. É como se dissessem: "Olha, a porta está aberta, é só entrar".
Mas será que é bem assim?
O CADE, é claro, não engoliu a história toda de uma vez. Os técnicos do órgão ficaram com aquela sensação estranha — sabe quando algo parece bonito demais para ser verdade? Pois é.
Eles notaram que o Mercado Livre criou uma categoria especial só para farmácias, com regras próprias e tudo mais. O problema é que, segundo as denúncias, as tais regras estariam sendo aplicadas de forma... digamos, seletiva.
O pulo do gato
Aqui vem a parte que realmente preocupa. O Mercado Livre alega que não há preferência porque qualquer farmácia pode se cadastrar na tal categoria especial. Só que — e sempre tem um "só que" — existe uma pequena condição: a farmácia precisa ter pelo menos 90% dos medicamentos mais procurados disponíveis.
Parece justo, não? O problema é que, na prática, isso significa que apenas as grandes redes conseguem cumprir o requisito. As pequenas farmácias de bairro, aquelas que todo mundo conhece, ficam de fora da festa.
É como convidar todo mundo para uma festa, mas colocar a piscina só na área VIP.
E as consequências?
Se o CADE entender que há mesmo concorrência desleal, a multa pode ser daquelas que dói no bolso. Estamos falando de até 20% do faturamento da empresa no Brasil — uma bolada que faria qualquer um sentir calafrios.
Mas calma, ainda é cedo para cantar vitória — ou derrota. O processo está só começando, e o Mercado Livre tem direito à ampla defesa. A empresa já mostrou que não vai ficar de braços cruzados.
O que esperar?
Bom, se tem uma coisa que aprendemos com esses casos é que nada é preto no branco. O Mercado Livre insiste que está tudo dentro das quatro linhas, enquanto o CADE desconfia que o jogo pode estar sendo jogado com as cartas marcadas.
Enquanto isso, nós, consumidores, ficamos naquele limbo — sem saber se estamos sendo beneficiados por mais opções ou prejudicados por uma possível concentração de mercado.
Uma coisa é certa: o resultado desse cabo de guerra vai definir muito mais do que o futuro das farmácias no Mercado Livre. Vai mostrar até onde pode ir o poder das grandes plataformas de e-commerce — e até onde o CADE está disposto a permitir.
Fiquem de olho, porque essa história promete dar muito o que falar.