
Pois é, pessoal. Aconteceu de novo. Donald Trump, numa daquelas jogadas que já não surpreendem ninguém, mandou embora Lisa Cook do Federal Reserve. E aí? O mundo desabou? A Bolsa afundou? Nada disso. A reação do mercado foi… bom, foi basicamente um silêncio ensurdecedor.
Parece estranho, não parece? Um presidente interfere diretamente num banco central que supostamente é independente, e os investidores simplesmente dão de ombros. Mas é isso mesmo. A notícia veio, circulou, e o pregão seguiu tão tranquilo quanto um domingo de tarde.
Mas Afinal, Quem é Lisa Cook?
Para entender a falta de alvoroço, talvez a gente precise dar um passo atrás. Lisa Cook não era exatamente uma das vozes mais barulhentas do Fed. Uma economista respeitadíssima, sem dúvida – PhD do Berkeley, passagem pela Casa Branca do Obama, uma carreira acadêmica brilhante. Mas no cenário macroeconômico, ela era mais uma peça de um quebra-cabeça gigante, não a rainha no tabuleiro de xadrez.
Os mercados, esse bicho cheio de nuances, já esperavam por isso. A nomeação dela sempre foi algo… como dizer… polêmica para o lado republicano. A saída, portanto, estava mais no script do que um plot twist de novela das nove.
O Mercado já Tinha Precificado Tudo
Aqui que está o pulo do gato. O mundo das finanças não opera no susto. Ele é voraz e digere as informações muito antes de elas chegarem ao prato do grande público. A possibilidade de Trump limpar a casa do Fed caso voltasse à presidência já era discutida há meses nos corredores de Wall Street e nas mesas de trading.
Não foi uma surpresa. Foi uma confirmação. E mercado algum entra em pânico com o óbvio. É como se preparar para um temporal que o meteorologista já avisou que vem vindo há uma semana. Quando a chuva cai, você já está com o guarda-chuva na mão.
E a Tal da Independência do Fed?
Bom, aí a conversa fica mais espinhosa. Teoricamente, o Federal Reserve americano é uma ilha de autonomia, imune às marés políticas. Na prática? Bem, na prática a coisa sempre foi mais cinzenta. A história mostra que pressões políticas e o Fed são velhos conhecidos.
A demissão da Lisa Cook escancara isso de uma vez por todas. É um sinal forte, um recado claro de que a independência pode estar com os dias contados. E no fundo, todo mundo sabe. Os investidores sabem, os analistas sabem, o zé povinho sabe. Talvez a falta de reação seja, na verdade, uma aceitação resignada de uma nova realidade.
Não é que não importe. É que a guerra já estava ganha – ou perdida, dependendo do seu ponto de vista – muito antes desse último tiro.
E agora? Agora é ficar de olho. A saída de Cook pode ser só o primeiro capítulo de uma grande reformulação. O mercado pode estar calmo hoje, mas está de olho vivo. Afinal, até que ponto essa interferência vai? Quem será o próximo? E o que acontece quando uma mudança realmente inesperada, daquelas que ninguém precificou, finalmente acontecer?
Fica a dúvida. E no mundo da economia, dúvida é a única coisa que realmente assusta.