Ibovespa cai 0,18% com tensão EUA-Venezuela e espera por dados fiscais
Ibovespa em baixa com tensão EUA-Venezuela e dados fiscais

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, abriu a semana em território negativo, pressionado por uma combinação de fatores locais e internacionais. Enquanto os investidores aguardam dados fiscais do governo central, a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre um suposto ataque à Venezuela elevou a tensão geopolítica e impulsionou os preços do petróleo.

Mercado em modo de espera por dados da economia brasileira

Nesta segunda-feira, 29 de dezembro de 2025, por volta das 11h30, o Ibovespa recuava 0,18%, aos 160.603,89 pontos. Paralelamente, o dólar comercial avançava 0,57%, sendo cotado a R$ 5,57. O movimento cauteloso reflete a expectativa do mercado por importantes indicadores da economia doméstica.

O foco principal está no resultado primário do governo central referente a novembro, cujos números serão divulgados na tarde desta segunda. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, concederá uma entrevista coletiva virtual por volta das 14h30. A atenção dos agentes está voltada para a possível meta fiscal para 2025, que tem como objetivo um déficit primário zero, com uma margem de tolerância que pode chegar a um déficit de 0,25% do PIB.

Além disso, dois outros dados locais já foram divulgados e ajudam a compor o cenário econômico:

  • IGP-M: O Índice Geral de Preços – Mercado variou apenas 0,01% em dezembro, após alta de 0,27% em novembro. O índice, usado como referência para reajustes de aluguel, encerrou o ano de 2025 com uma queda acumulada de 1,05%. Em contraste, em dezembro de 2024, o IGP-M havia subido 0,94% e acumulava alta de 6,54% em 12 meses.
  • Boletim Focus: A última edição de 2025 do relatório do Banco Central trouxe ajustes marginais nas projeções de inflação. A expectativa para o IPCA de 2025 recuou de 4,33% para 4,32%, e a de 2026 caiu de 4,06% para 4,05%. As estimativas para os anos seguintes permaneceram estáveis.

Tensão geopolítica dispara preço do petróleo

Enquanto isso, no cenário internacional, um novo capítulo de tensão na América Latina capturou a atenção dos mercados globais. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Se confirmada, a ação representaria o primeiro ataque terrestre direto contra o regime de Nicolás Maduro, marcando uma escalada significativa nas hostilidades envolvendo o país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo. Até o momento, o governo venezuelano não relatou nenhum ataque, e autoridades militares e de inteligência dos EUA se recusaram a comentar ou confirmar a informação.

O anúncio teve impacto imediato nos preços das commodities. Por volta das 11h30, o petróleo Brent subia 2,04%, negociado a US$ 61,47 o barril. No mercado brasileiro, as ações ligadas ao setor responderam positivamente: a Petrobras (PETR3, PETR4) registrava alta de 0,62%, enquanto os papéis da PRIO (PRIO3) valorizavam 1,4%, a R$ 41,17.

Investidores adotam postura defensiva

Diante do cenário composto por incertezas fiscais locais e uma potencial crise geopolítica de proporções regionais, os investidores adotaram uma postura claramente defensiva. O mercado opera lateralizado, avaliando os desdobramentos de ambos os fronts.

A combinação entre a espera por dados concretos sobre as contas públicas do Brasil e a instabilidade gerada pela possível escalada do conflito entre EUA e Venezuela deve continuar ditando o ritmo dos negócios nas próximas sessões. A postura do Tesouro Nacional na entrevista da tarde será crucial para direcionar os próximos movimentos do mercado financeiro local.