Tarifaço nos EUA: Déficit Desaba US$ 4 Trilhões, Mas Custo Surpreende
Tarifaço nos EUA corta déficit, mas preocupa

E então, eis que a Casa Branca resolveu dar uma de engenheira fiscal e aplicou um tarifaço daqueles. O resultado? Um corte de nada menos que US$ 4 trilhões no déficit orçamentário dos Estados Unidos. Sim, trilhões – com T mesmo, uma cifra que dá até vertigem.

Mas, como tudo na vida – e principalmente na economia –, a coisa não é tão simples quanto parece. A conta chegou, e ela tem dois lados. O escritório do Congresso americano (o CBO, para os íntimos) soltou um relatório que joga um balde de água fria no otimismo. A tal da produtividade e os investimentos privados… bem, eles deram uma escorregada feia.

O Outro Lado da Moeda que Ninguém Esperava

Parece bom no papel, né? Reduzir o déficit é sempre aquele objetivo nobre. Só que o mecanismo escolhido – um aumento generalizado de tarifas de importação – mexeu com um vespeiro. O CBO aponta, com certa preocupação, que a medida criou um ambiente de… como dizer… maior incerteza para quem quer produzir e investir no país.

Não é difícil entender o porquê. Empresas que dependem de insumos importados ficaram com o orçamento estrangulado. E o pior: aquelas que planejavam expandir operações ou abrir novas frentes simplesmente pisaram no freio. Quem vai investir pesado se não consegue prever o custo das coisas daqui a seis meses?

E Agora, José?

O relatório do órgão técnico do Congresso não deixa muita margem para dúvidas: a política é, no mínimo, uma faca de dois gumes. De um lado, a comemoração por um déficit federal mais controlado – algo raro nos últimos anos. Do outro, a preocupação com um possível arrocho na capacidade de inovação e crescimento da economia a médio prazo.

É aquela velha história: você resolve um problema, mas acaba criando outro. E o pior é que os efeitos colaterais desse remédio amargo podem demorar para aparecer de verdade. O que se discute agora é se o jogo vale mesmo a pena. Será que o benefício imediato compensa o prejuízo futuro?

A verdade é que o debate está só começando. E, como sempre, são os números – e o tempo – que terão a última palavra.