
Pois é, não está fácil para ninguém — e com os chineses a coisa também não está nada bonita. Dados que saíram esta semana mostram que os lucros das indústrias da China deram uma bela de uma escorregada: caíram nada menos que 15% em julho, na comparação com o mesmo período do ano passado.
E olha, isso não é um tombo qualquer. É o quarto mês seguido de retração — sinal claro de que a segunda maior economia do mundo está sentindo o peso da guerra comercial com os Estados Unidos, que já se arrasta há anos, e de uma desaceleração interna que teima em não dar trégua.
Mas o que está por trás dessa queda?
Bom, a resposta não é simples, mas a gente pode apontar alguns vilões. A tensão comercial com os americanos — aquela velha história de tarifas e mais tarifas — segue como um fantasma assombrando os exportadores. Sem falar na demanda interna, que não vai lá essas coisas, e nos custos de produção, que insistem em subir.
Ah, e tem mais: o setor imobiliário, que sempre foi uma alavanca poderosa para a economia chinesa, está em frangalhos. Isso derruba não só a construção civil, mas toda uma cadeia de fornecedores — do aço à mobília, passando pelo vidro e até pelos eletrodomésticos.
E as consequências?
Parece coisa de outro mundo, mas a verdade é que um espirro da China pode virar uma gripe no Brasil. Muitas commodities que exportamos — minério de ferro, soja, petróleo — dependem diretamente do apetite chinês. Se a indústria deles desacelera, a nossa economia também pode sentir o baque.
Não é exagero. É matemática pura — e de resultado incerto.
Os analistas, claro, já estão de olho. Uns falam em “tempestade passageira”. Outros, em “sinal de alerta máximo”. A verdade é que ninguém sabe ao certo até quando essa crise se estenderá — ou quão fundo ela vai chegar.
Mas uma coisa é certa: enquanto Pequim e Washington não se entenderem, o clima no comércio global deve continuar… bem, cinza.