
Parece que a maré finalmente vai virar para os juros nos Estados Unidos – e aterrissa direto no nosso quintal. André Esteves, um nome que dispensa apresentações no mundo das finanças, soltou a previsão que todo mundo esperava ouvir, mas com um timing que pegou muita gente de surpresa.
O fundador do BTG Pactual não está só chutando um palpite qualquer. Ele crava que o Federal Reserve (Fed, o nosso BC americano) vai dar pelo menos três cortes de 0,25 ponto percentual cada. E olha só a ousadia: a partir de setembro! Isso mesmo, já no segundo semestre a festa – ou pelo menos um happy hour mais moderado – deve começar.
O Que Tá Segurando a Barreira?
Mas calma, não é só abrir a torneira. O próprio Esteves admite que a situação ainda é um quebra-cabeça complexo. A inflação teimosa nos EUA, aquele dragão que parecia domado, ainda solta um fumo aqui e ali, assustando os policymakers. E aí, meu amigo, a cautela vira a regra do jogo.
Ninguém quer comemorar vitória antes da hora e ver o fantasma da alta de preços voltar com tudo. É um jogo de paciência, quase uma partida de xadrez onde um movimento errado pode estragar meses de estratégia.
E o Brasil no Meio Disso Tudo?
Aqui a coisa fica ainda mais interessante. Se os juros americanos caem, o dólar tende a perder um pouco do seu vigor frente a outras moedas. Traduzindo: menos pressão sobre o Real. É como se uma tonelada de peso saísse das costas do Banco Central do Brasil.
Isso dá um fôlego danado para a nossa autoridade monetária, que pode até pensar em acelerar um pouco o próprio ciclo de cortes da Selic. Imagina só, juros caindo lá fora e aqui dentro? O mercado financeiro já deve estar fazendo as contas – e sonhando com os possíveis cenários.
Não É Uma Bala de Prata
Só que vamos com calma. Esteves deixa claro: não espere uma virada radical, daquelas de cinema. Os cortes devem ser graduais, calculadíssimos. O Fed não vai sair cortando juros que nem um louco. Eles vão pisar naquele freio de arrumação, olhando pelo retrovisor a cada milímetro.
Afinal, a economia global ainda está se reerguendo, com suas dores e cicatrizes. Qualquer passo em falso pode custar caro. É como andar numa corda bamba: equilíbrio é tudo.
No fim das contas, a previsão de Esteves joga um facho de luz no que vem por aí. Setembro se torna o mês para ficar de olho, anotado na agenda de todo investidor. A esperança, agora, é que a inflação americana continue se comportando para que esse plano saia do papel. O mundo financeiro está de dedos cruzados.