
Parece que a inflação brasileira está sempre naquele limbo incômodo, não é mesmo? Nem lá em cima assustando todo mundo, nem aqui embaixo trazendo alívio. A verdade é que o IPCA teima em ficar numa zona cinzenta, longe do tão sonhado centro da meta.
E olha que a gente já viu situações bem piores. Mas cá entre nós, você também não está cansado de ouvir sempre a mesma história?
O que exatamente está travando a queda?
Os preços administrados — aqueles que o governo controla — estão com uma teimosia digna de campeão. Energia elétrica, combustíveis, gás de cozinha... tudo isso forma uma barreira difícil de transpor. É como tentar correr numa pista molhada: você até avança, mas escorrega a cada passo.
E não me venham com essa conversa de que é só uma fase. A coreografia desses preços parece coreografada para manter a inflação num ritmo específico — nem muito lento, nem muito acelerado.
O papel do Banco Central nessa dança
O BC, coitado, faz malabarismos dignos de circo. Baixa os juros com uma mão enquanto segura a âncora fiscal com a outra. A sensação que tenho é que estão tentando acertar um alvo móvel com os olhos vendados.
E a tal da convergência? Bem, ela anda mais tímida que adolescente na primeira festa. Os componentes livres até que se comportam, mas os administrados... esses sim, são os rebeldes sem causa da história.
E as perspectivas para os próximos meses?
Ah, as previsões! Todo mundo tem uma opinião, mas a realidade é que estamos num daqueles momentos em que até os especialistas mais experientes coçam a cabeça. Alguns fatores podem ajudar:
- O cenário externo parece estar mais cooperativo — mas isso pode mudar num piscar de olhos
- A atividade econômica não está aquecendo tanto quanto se temia
- Os juros ainda estão num patamar que segura os excessos
Mas cá pra nós, já não estamos de saco cheio de esperar o IPCA se comportar? Parece aquela novela que nunca acaba.
O desafio dos preços sensíveis
Os alimentos, meu Deus, os alimentos! Eles têm uma volatilidade que daria vertigem em qualquer um. Um dia estão baratos, no seguinte disparam. É como montanha-russa emocional para o bolso do consumidor.
E os serviços? Esses sim são os campeões da resistência. Parecem aqueles jogadores de futebol que se jogam no chão ao menor toque — qualquer ventinho já é motivo para aumentar.
No fim das contas, a impressão que fica é que estamos assistindo a um jogo de xadrez onde cada peça se move com extrema cautela. O BC tenta dar xeque-mate na inflação, mas ela sempre encontra uma casinha para escapar.
Será que 2025 será finalmente o ano da virada? Bom, isso eu deixo para os mais otimistas. Por enquanto, sigo acompanhando com aquele ceticismo saudável de quem já viu muitas promessas caírem por terra.