Selic a 15% até 2026? O Copom decide hoje e o mercado segura a respiração
Selic alta até 2026? Copom decide hoje

Parece que a Selic vai ficar de malas prontas na casa dos dois dígitos por um bom tempo, hein? O famoso 'juro alto' não é mais só uma visita desagradável – está virando inquilino fixo da economia brasileira. E a chave desse imbróglio todo está nas mãos do Copom, que se reúne hoje.

O mercado, claro, já tem suas apostas. A grande maioria dos economistas – aqueles que fuçam planilhas o dia todo – praticamente já deu como certa a manutenção da taxa em 10,50% ao ano. Nada de novidade nessa frente. A verdadeira bomba está no relatório de inflação que acompanha a decisão.

O horizonte embaçado (e caro)

Os rumores que circulam nos corredores de bancos e corretoras são de cortes ainda mais… digamos, 'preguiçosos' daqui para frente. A meta para a inflação de 2025, que era de 3,00%, já era. Agora, a expectativa é que fique lá pelos 3,10%. Parece pouco? No mundo dos juros, um décimo é um abismo.

E aí é que a coisa fica séria. Para domar essa inflação teimosa, a nova projeção do mercado sugere que a Selic vai ter que ficar com um pé atrás. Muito atrás. Tão atrás que as estimativas do Focus já colocam a taxa básica terminando 2025 em 9,75% e, pasmem, 2026 em 9,00%. Faça as contas: são mais DOIS ANOS de juros estratosféricos.

E o que isso significa na prática?

  • Crédito caríssimo: Financiamento de carro, casa, empréstimo pessoal? Esquece. Tudo continua num patamar proibitivo.
  • Conta que não fecha: O governo vai ter que pagar juros altíssimos sobre sua dívida, o que aperta ainda mais o orçamento e sufoca investimentos públicos.
  • Economia de marcha lenta: Juros altos são como freio de mão puxado. Segura o consumo e desacelera qualquer tentativa de crescimento mais robusto.

O BCB, chefiado por Roberto Campos Neto, está num cabo de guerra danado. De um lado, a pressão por um alívio nos juros. Do outro, a inflação que não dá trégua e um cenário global cheio de incertezas. A postura do Comitê tem sido de uma cautela quase excessiva, e hoje deve reafirmar isso.

Resumindo a ópera? Quem esperava por juros baixos para respirar aliviado pode ir se acomodando. A selic vai continuar fazendo a festa – e a gente pagando a conta.