
Parece que o mês de agosto resolveu sair com tudo, e não foi do jeito que muitos investidores gostariam. A última terça-feira (30) foi daquelas que deixam todo mundo de cabelo em pé, com o mercado reagindo a dois gigantes de uma só vez: a inteligência artificial e a persistente inflação.
De um lado do mundo, a Nvidia, aquela empresa que todo mundo só fala sobre agora, apresentou seus números. E olha, foram números bons, viu? Mas o mercado é um bicho esquisito. Às vezes ele já espera tanta coisa boa que, quando a coisa boa chega, é como se não fosse suficiente. O balanço veio sólido, mas as ações da empresa deram uma leve escorregada no after-market. E isso, claro, ecoou por aqui.
E Do Outro Lado do Mundo…
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a tal da PCE – a medida de inflação preferida do Fed – decidiu não dar trégua. Os dados de julho saíram e confirmaram aquela sensação incômoda de que os preços teimam em não cair como se esperava. Isso, meus amigos, é praticamente um sinal para o Federal Reserve manter os juros lá no alto por mais tempo. E juro americano alto é como um ímã para dólar, que fica mais caro para todo mundo.
O resultado dessa sopa de letrinhas econômicas? O Ibovespa, nosso termômetro principal, tentou, mas não conseguiu segurar o tranco. O índice fechou em queda de 0,40%, parando nos 116.668 pontos. Não foi uma queda catastrófica, mas foi suficiente para colocar um ponto final amargo no mês.
E o Câmbio? Ah, o Câmbio…
O dólar, aproveitando o cenário de juros altos por lá, decidiu subir. E subiu firme. A moeda norte-americana avançou 0,86%, sendo cotada a R$ 5,077 na venda. É aquele velho ditado: quando o Fed espirra, o mercado emergente pega um resfriado.
E para completar o pacote de más notícias, as taxas de juros futuras aqui dentro também decolaram. O contrato do DI para janeiro de 2025, por exemplo, disparou para 10,155%. Já o para janeiro de 2027 foi além, fechando em 10,665%. A mensagem do mercado é clara: a expectativa de que o Copom vai continuar cortando os juros com calma – ou até fazer uma pausa – ficou muito mais forte.
Agosto, portanto, acabou deixando um gosto meio amargo. Um mês que começou com esperanças, mas que terminou lembrando a todos que, no jogo global, estamos muitas vezes reféns do que acontece do lado de fora.