
Parece que o mercado financeiro finalmente deu uma respirada – mas só um pouquinho. A famosa pesquisa Focus, aquela que ouve os analistas de plantão, mostrou uma revisão para baixo na expectativa para o IPCA de 2025. Caiu de 3,93% para 3,90%. Uma mudança mínima, quase imperceptível para o cidadão comum, mas que no mundo das cifras significa muito.
Não dá para comemorar ainda, infelizmente. Apesar da ligeira melhora, o número ainda teima em ficar acima do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3,00%. A tolerância? Bem, ela vai até 4,5%. Então, tecnicamente, ainda estamos dentro do permitido, mas longe do ideal que os técnicos tanto almejam.
E o que isso significa na prática?
Para as famílias, é aquela velha história: o poder de compra segue sendo corroído, ainda que num ritmo um pouquinho menos assustador. O preço do feijão, do pãozinho e da gasolina não vão parar de subir magicamente. A sensação é de que estamos sempre correndo atrás do prejuízo.
Os especialistas – aqueles que vivem de decifrar os números – seguem com um pé atrás. Eles sabem que a inflação é uma daquelas feras difíceis de domar. Qualquer vento contrário na economia global, uma trapalhada fiscal por aqui, e pronto: a projeção vai lá para cima de novo.
E para os juros? O Copom vai ficar feliz?
Difícil dizer. O Comitê de Política Monetária vive de analisar esses dados. Uma expectativa ainda teimosamente alta não é exatamente um convite para cortes agressivos de juros. Eles devem seguir com aquele passo cauteloso, do tipo 'um cortezinho agora, outro daqui a seis meses'. Quem espera por juros baixos para financiar o carro ou a casa própria pode ter que aguardar mais um cadinho.
No fim das contas, é um alívio, mas tímido. A economia brasileira parece dar dois passos para frente e um para trás. A gente se apega a qualquer sinal positivo, por menor que seja. Resta torcer para que a próxima revisão traga mais boas notícias – de preferência, umas que a gente realmente sinta no bolso.