
Parece que a inflação resolveu dar um susto em todo mundo. O IPCA de julho, aquele índice que mede o custo de vida, veio mais gordo que o esperado — e olha que a turma de economistas já estava com o pé atrás.
Números não mentem: 0,12% no mês, puxado principalmente por transporte e alimentação. Parece pouco? Pois é, mas no acumulado do ano já bateu 3,19%. E nos últimos 12 meses, 4,18%. Quem foi que disse que a vida tá fácil?
O pulo do gato (ou do índice)
O detalhe que deixou todo mundo de orelha em pé foi justamente a diferença entre a projeção do mercado (0,05%) e o resultado real (0,12%). Parece mixaria, mas no mundo da economia, onde cada 0,01% vale ouro, isso é quase um terremoto.
E tem mais: serviços, aquela categoria teimosa que não desce nunca, continuou firme e forte. Educação? Subiu. Saúde? Idem. Até o lazer resolveu dar sua contribuição para o aperto no bolso.
E agora, José?
Com esse cenário, o Copom — aqueles caras do Banco Central que decidem os rumos da Selic — deve ficar com o dedo mais pesado no gatilho. A aposta do mercado? Manutenção da taxa em 13,75% ao ano na próxima reunião. Mas se a inflação continuar nessa dança, quem sabe não vem mais um aperto?
"Mas peraí", você deve estar pensando, "o governo não tava falando em cortar juros?" Pois é, amigo. Entre o discurso e a prática, às vezes tem um abismo — e os números de julho podem ter jogado uma pá de cal nesses planos.
O que isso significa para seu bolso
- Crédito mais caro por mais tempo (adeus, sonho da casa própria?)
- Investimentos de renda fixa continuam atraentes
- Pressão sobre o dólar e commodities
- Custo de vida que não dá trégua
No fim das contas, parece que a inflação ainda não recebeu o memorando de que deveria cair. E enquanto isso, o brasileiro segue fazendo malabarismos no orçamento — porque, convenhamos, quando foi a última vez que seu salário subiu 4,18%?