
Parece que a inflação resolveu dar uma espichada em setembro, não é mesmo? O tal do IGP-DI, aquele indicador que a Fundação Getulio Vargas acompanha mês a mês, acelerou para 0,36% no período. Uma subidinha que faz a gente ficar de olho.
Mas calma lá — antes que você pense que tudo está saindo do controle, a verdade é que o panorama anual continua bastante favorável. Impressionante mesmo é ver que, mesmo com essa aceleração mensal, o índice acumula uma queda de 1,27% no ano. Parece contraditório? Pois é, a economia às vezes nos prega essas peças.
O que explica essa dança dos preços?
Analisando os componentes do índice, a coisa fica mais clara. O IPA, que mede os preços no atacado, foi o grande vilão do mês — subiu 0,48% e puxou o indicador geral para cima. Já o IPC, que reflete o custo de vida das famílias, apresentou modesta alta de 0,18%. E o INCC, focado na construção civil, ficou no meio do caminho com 0,24%.
É aquela velha história: enquanto o varejo respira um pouco mais aliviado, os produtores ainda sentem o aperto nos custos. Uma situação que me faz pensar — será que essa pressão do atacado vai eventualmente chegar ao bolso do consumidor?
E o acumulado do ano? Cai mesmo?
Sim, e isso é o que mais chama atenção! Apesar do susto de setembro, quando colocamos na ponta do lápis tudo que aconteceu de janeiro até agora, o IGP-DI mostra uma queda acumulada de 1,27%. Não é pouca coisa, considerando o tanto que reclamamos dos preços por aí.
Parece que a persistência do Banco Central nas altas da Selic — aquela taxa básica de juros — finalmente está dando algum resultado. Embora, cá entre nós, ainda esteja longe do ideal para quem precisa financiar qualquer coisa.
Olhando para frente, fica a pergunta: será que setembro foi só um soluço na trajetória de queda ou é o início de uma reversão preocupante? A verdade é que ninguém tem bola de cristal, mas os próximos meses serão decisivos para entendermos para onde a inflação realmente quer ir.
Enquanto isso, nós, meros mortais, seguimos fazendo as contas no supermercado e torcendo para que o pior já tenha ficado para trás. Porque convenhamos — ninguém merece voltar aos tempos de ajuste semanal nas prateleiras.