
Não foi um dia para os fracos de coração na Bovespa. Enquanto o café esfriava nas mesas dos traders, o índice despencava mais de 1%, arrastado por uma combinação explosiva: dados robustos do mercado de trabalho americano e aquele velho fantasma das guerras comerciais ressurgindo com força.
O relatório do emprego nos EUA — aquele balde de água fria que ninguém pediu — mostrou números que fizeram o Federal Reserve coçar a barba pensativo. Criaram-se mais empregos do que o esperado em setembro, e isso, meu caro leitor, é a receita perfeita para manter os juros altos por mais tempo. O mercado, claro, não gostou nem um pouco da brincadeira.
E tem mais...
Enquanto isso, do outro lado do Pacífico, a China decidiu que setembro seria um mês para provocações comerciais. Novas restrições à exportação de grafite — ingrediente vital para baterias de carros elétricos — acenderam o sinal de alerta. Parece que a guerra fria tecnológica está longe de terminar, e os investidores? Bem, eles odeiam incerteza mais do que carioca odeia frio.
Os setores mais castigados:
- Petróleo e gás (-2,3%)
- Materiais básicos (-1,8%)
- Bancos (-1,5%)
Não é que o Brasil esteja numa situação ruim — até que não. Mas quando os elefantes (EUA e China) começam a dançar, os ratinhos (mercados emergentes) é que saem pisoteados. E olha que ainda tem aquele negócio da dívida americana pairando como espada de Dâmocles...
E agora, José?
Os analistas estão divididos. Uns veem correção saudável depois de meses de alta. Outros — esses sempre pessimistas — falam em "início de tendência de baixa". A verdade? Ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: outubro promete ser um mês para ficar de olho nos noticiários e na carteira de investimentos.
Ah, e não se esqueça: na economia global atual, até um espirro em Pequim pode virar pneumonia em São Paulo. Fica a dica.