
Parece que o mercado financeiro finalmente respirou aliviado — e como respira! Nesta quinta-feira, o dólar comercial deu uma bela de uma recuada, fechando cotado a R$ 5,46 na venda. Uma queda de nada menos que 1,26% que fez muitos investidores soltarem aquele suspiro de alívio.
Mas o que explica essa virada de mesa? Bom, a resposta está do outro lado do mundo. As tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China — aquela novela que já virou série — finalmente mostraram sinais de trégua. E o mercado, claro, adora uma pazzinha, mesmo que temporária.
O que está por trás dessa queda?
Parece que Washington e Pequim resolveram baixar a guarda, pelo menos por enquanto. As notícias que chegaram hoje indicam um possível — e digo possível, porque nesse jogo tudo pode mudar amanhã — desanuviamento nas relações entre as duas maiores economias do planeta.
E quando esses dois gigantes param de se estranhar, o mercado comemora. O investidor global fica mais confiante, mais disposto a assumir riscos. Resultado? Fuga de ativos considerados "refúgio" — como o dólar americano — e migração para moedas de países emergentes, como nosso real.
Não foi só aqui não. O dólar também perdeu força contra outras moedas importantes. Contra o euro, caiu 0,71%, fechando a US$ 1,088. E frente ao iene japonês, a queda foi de 0,36%, terminando em ¥ 145,75. Uma tendência global, portanto.
E no Brasil, como fica a situação?
Ah, o Brasil... Sempre com seus dramas particulares. Enquanto o cenário externo ajudava, por aqui o mercado também digeria alguns dados importantes. O IBGE soltou hoje o IGP-M de agosto, que mostrou deflação de 0,70% — um alívio para quem sofre com a inflação.
Mas calma lá que a coisa não é tão simples. O IPCA-15 de setembro, que é uma prévia da inflação oficial, veio em 0,26%. Parece pouco, mas acumula 4,01% no ano e 4,86% nos últimos doze meses. Ou seja: ainda estamos acima do centro da meta de inflação, que é de 3%.
E o Copom? Bem, o Comitê de Política Monetária do BC manteve os juros em 13,75% — uma das taxas mais altas do mundo, diga-se de passagem. Uma postura conservadora que, convenhamos, não ajuda muito no crescimento econômico.
E agora, para onde vai o dólar?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares — literalmente. A verdade é que ninguém sabe ao certo. Depende de tantos fatores que é quase uma aposta.
Se as tensões entre EUA e China realmente continuarem amenizando, podemos ver o dólar caindo ainda mais. Mas se a paz for só uma trégua passageira — e na política internacional tudo é possível — a moeda pode voltar a subir rapidinho.
Por aqui, a situação fiscal do país continua sendo aquela novela mexicana que todo mundo acompanha com certa apreensão. As contas públicas não estão lá essas maravilhas, e isso sempre pesa no câmbio.
Minha opinião? Acho que vamos ver mais volatilidade pela frente. O mercado financeiro hoje em dia parece montanha-russa — uma hora está lá em cima, na outra está lá embaixo. Melhor se preparar para mais sustos... e algumas surpresas boas também.
O certo é que, pelo menos por hoje, podemos comemorar essa queda. Quem precisa comprar dólar aproveitou, quem tem dívidas em moeda estrangeira respirou mais aliviado. Amanhã? Bem, amanhã é outro dia — e no mercado financeiro, um dia é uma eternidade.