Parece que a festa acabou para alguns investidores que confiaram seu dinheiro nos Certificados de Operações Estruturadas (COEs) da Ambipar, oferecidos pela XP Investimentos. A situação é feia, muito feia mesmo. Estamos falando de prejuízos que beiram os 93% em alguns casos - um número que dá frio na espinha de qualquer um.
O que diabos aconteceu aqui? Bom, a história começa com aquela velha promessa de retornos atrativos que sempre seduz os incautos. Os COEs em questão estavam atrelados às ações da própria Ambipar, uma empresa de gestão ambiental que, convenhamos, não está passando pelo melhor momento.
O tombo das ações
As ações ordinárias da Ambipar, aquelas com ticker AMBP3, simplesmente despencaram. E quando digo despencar, é daqueles tombos de deixar qualquer investidor com pesadelos. Chegaram a cair mais de 6% num dia só, fechando em R$ 11,31. Não contente com isso, a ação preferencial (AMBP4) também seguiu o mesmo caminho, registrando queda de 5,67%.
Mas calma, que a coisa fica pior. Se olharmos para trás, o cenário é desolador: nos últimos doze meses, essas ações acumulam uma queda absurda de 63%. Sim, você leu direito - sessenta e três por cento!
Os COEs e suas "condições especiais"
Agora vem a parte que mais dói. Esses COEs não eram qualquer um - tinham condições específicas que, em retrospecto, parecem uma armadilha perfeita. Dois deles em particular se destacam pelo estrago causado:
- Um deles prometia pagar juros se as ações da Ambipar ficassem acima de determinado patamar
- Outro só começaria a render se as ações superassem R$ 21,47
Parece piada, mas não é. Com as ações negociando perto de R$ 11, essas condições se tornaram praticamente impossíveis de serem atingidas. É como prometer nadar numa piscina que nem foi construída.
O silêncio que fala volumes
O mais curioso - ou preocupante - nessa história toda é o mutismo das partes envolvidas. A Ambipar? Nada a declarar. A XP Investimentos? Também preferiu não se manifestar. Enquanto isso, os investidores ficam com o prejuízo no colo e um monte de perguntas sem resposta.
Será que ninguém viu isso coming? A verdade é que produtos estruturados como os COEs carregam riscos que muitas vezes passam despercebidos na ânsia por retornos maiores. E quando a coisa desanda, a conta é salgada.
Lição para o futuro
Esse caso serve como um alerta para todos nós. Investir não é brincadeira - exige estudo, compreensão dos riscos e, principalmente, desconfiança saudável quando as promessas são muito bonitas. Como diz o velho ditado, quando a esmola é demais, o santo desconfia.
No mercado financeiro, infelizmente, não existem almoços grátis. E alguns investidores da Ambipar aprenderam essa lição da maneira mais dura possível.
