
O mercado financeiro brasileiro acaba de testemunhar uma daquelas movimentações que fazem todo mundo prestar atenção. A B3, nossa bolsa de valores, decidiu mostrar as cartas e remover as ações da Ambipar de seus principais índices de sustentabilidade.
Não foi algo repentino, diga-se de passagem. Essas revisões acontecem periodicamente, mas sempre causam certo frisson entre os investidores. A Ambipar, que atua no setor ambiental, estava lá no ICO2 e no ISE - dois índices que, convenhamos, têm ganhado cada vez mais importância nos últimos anos.
O que significa essa saída?
Parece técnico, mas a verdade é que é mais simples do que aparenta. Quando uma empresa sai desses índices, basicamente está dizendo ao mercado que algo mudou nos critérios de sustentabilidade. E hoje em dia, com todo mundo de olho nas questões ESG, isso não é pouca coisa.
O timing é curioso: a decisão vale desde segunda-feira, mas só foi comunicada agora. Essas coisas do mercado financeiro sempre têm dessas - uma informação surge quando menos esperamos.
E os fundos de investimento?
Aqui é onde a coisa fica realmente interessante. Muitos fundos espelham suas carteiras nesses índices. Então, quando uma ação sai, esses fundos são praticamente obrigados a se desfazer dos papéis. É matemática pura.
Não é questão de gostar ou não da empresa - é seguir o protocolo. E no mundo dos investimentos, protocolo é lei.
O que me faz pensar: será que estamos vendo apenas a ponta do iceberg? O mercado sustentável está ficando mais rigoroso, e as empresas precisam correr atrás para não ficarem para trás. A Ambipar, ironicamente sendo uma empresa do setor ambiental, agora precisa provar que merece voltar para esse clube seleto.
Resta saber como os acionistas vão reagir. Afinal, quando você cai do cavalo, ou aprende a montar melhor ou desiste do rodeio. No mundo dos negócios, especialmente no Brasil, a gente sabe que a segunda opção nem sempre é viável.