
Parece que finalmente respiramos aliviados no supermercado. A famosa inflação, que teimava em nos assombrar mês após mês, decidiu dar uma trégua — e das boas. Os números prévios do IPCA-15 de maio chegaram com uma notícia que muitos já não esperavam: uma desaceleração e tanto.
O que era uma subida sem fim nos preços parece ter encontrado um freio de arrumação. E olha, não foi pouco não. A taxa caiu para meros 0,44% neste mês, um baque considerável perto dos 0,87% de abril. Quem diria, hein?
Os heróis (inesperados) da economia
E não, não foram medidas governamentais mirabolantes ou mágicas econômicas. Os grandes protagonistas dessa virada foram… os alimentos! Sim, aqueles mesmos que nos fizeram torrar uma grana extra nos últimos tempos.
O grupo de alimentação e bebidas simplesmente capitulou. Caiu de +1,21% para -0,15%. Uma deflação, para usar o termo técnico — mas que no português claro significa alívio na hora de encher o carrinho.
Quem liderou a queda?
- Tomate: uma queda brutal de 25,78%. Quase um quarto do preço, evaporado.
- Cebola: -7,89%. Choramos menos no preço, literalmente.
- Carne bovina: -1,27%. O churrasco do fim de semana agradece.
E tem mais: arroz (-0,58%), leite longa vida (-0,55%) e até o famigerado feijão preto (-0,47%) entraram na dança da baixa. Até a batata-inglesa, que vinha num sobe e desce digno de montanha-russa, recuou 0,22%.
Mas calma, não é festa geral ainda
Claro que nem tudo são flores — ou melhor, legumes baratos. Enquanto a comida dava essa folga, outros setores resolveram apertar o cinto no nosso pescoço.
Os transportes, por exemplo, aceleraram: de 0,98% para 1,26%. Combustíveis? Subindo, claro. Gasolina (+1,77%), etanol (+3,13%) e até o gás veicular (+2,56%) decidiram nadar contra a corrente.
E não para por aí. Saúde e cuidados pessoais (+0,76%), habitação (+0,63%) e comunicação (+0,41%) também ficaram mais salgados. Parece que a inflação só mudou de endereço dentro do orçamento familiar.
O que isso significa na prática?
Bom, a pergunta que não quer calar: é só um respiro ou veio para ficar? Especialistas — aqueles que vivem de decifrar os humores da economia — apontam que a melhora no campo, com safras mais generosas, está ajudando bastante. Mas ninguém se arrisca a cravar que a guerra contra a carestia está ganha.
O fato é que, pelo menos por enquanto, o brasileiro pode sentir um alívio real no bolso. E num país onde o dinheiro nunca parece dar para tudo, qualquer diminuição no aperto é mais que bem-vinda.
Resta torcer para que essa tendência pegue gosto e se espalhe para outros cantos do orçamento. Porque convenhamos: depois de tantos meses de susto nas gôndolas, um pouco de paz no supermercado cai muito, mas muito bem.