
Parece que o alívio nos juros vai demorar mais do que se esperava – e a situação pode até piorar antes de melhorar. O Comitê de Política Monetária (Copom) soltou um comunicado nesta segunda-feira que deixou o mercado financeiro em alerta máximo. A mensagem foi clara: a taxa Selic, aquela que dita os juros da economia, vai continuar alta por um bom tempo. E, pasmem, uma nova alta não está descartada.
Não foi exatamente o que os brasileiros, sufocados pelo crédito caro e pelo custo de vida nas alturas, queriam ouvir. O cenário desenhado pelo BC é de paciência – e muita. Eles basicamente disseram que preferem errar pela cautela, mantendo a política monetária apertada, rather than correr o risco de a inflação dar as caras de novo com força total.
O que o Copom realmente disse?
O tal comunicado, que sempre parece escrito em códigos, dessa vez foi mais direto. A sensação que ficou é que o comitê está com o dedo no gatilho. A persistência da inflação, especialmente dos serviços, é a grande pedra no sapato. Eles veem os riscos para a inflação ainda assimétricos – um jeito bonito de dizer que enxergam mais chance de ela subir do que cair.
E olha, não é para menos. Quem vai ao mercado, abastece o carro ou tenta parcelar uma compra sabe que os preços não dão trégua. O BC, na sua visão, parece achar que o trabalho de domar a inflação ainda não terminou. A meta é 3%, lembra? E estamos bem longe disso.
E agora, José?
Para o cidadão comum, isso se traduz em:
- Crédito continuará caríssimo: Empréstimos, financiamentos de carro e imóveis vão seguir com juros proibitivos.
- Economia desacelera: Com juros altos, empresas investem menos, o consumo cai e a geração de emprego pode ficar comprometida.
- Rentabilidade da poupança mixuruca: A renda fixa até rende, mas com a inflação corroendo o poder de compra, o ganho real é questionável.
É um remédio amargo, sem dúvida. A equipe do BC, comandada por Roberto Campos Neto, está apostando que é melhor segurar a onda agora do que perder o controle da inflação depois – o que seria um desastre ainda maior. Mas, cá entre nós, a conta desse ajuste acaba sempre caindo no colo do consumidor.
O mercado agora fica de olho nos próximos números da inflação. Qualquer surpresa desagradável pode ser o estopim para a temida alta dos juros. A corda está esticada. Só o tempo dirá se a estratégia do BC vai dar certo ou se vamos todos pagar um preço ainda mais salgado por essa aposta.