Fim de uma era: Por que um gigante dos vinhos brasileiros está abandonando os tintos
Gigante do vinho brasileiro abandona tintos

O cenário do vinho brasileiro nunca mais será o mesmo. A Mioranza, aquela gigante que a gente sempre viu nas prateleiras dos supermercados, está fazendo uma revolução silenciosa - e polêmica. Depois de décadas dominando o mercado de tintos, eles simplesmente decidiram: chega.

Parece loucura, não é? Afinal, quem nunca chegou numa festa com aquele vinho tinto da Mioranza? Mas a vida, assim como o vinho, tem dessas reviravoltas.

O que está por trás dessa decisão radical?

Conversando com o pessoal lá de dentro, a coisa é mais complexa do que parece. O clima - esse velho conhecido dos produtores - está dando trabalho. E como! As uvas tintas, mais sensíveis que as brancas, sofrem demais com as altas temperaturas do nosso Brasilzão. Enquanto isso, as brancas e rosés seguem firmes, quase como se estivessem rindo da situação.

Mas não é só o termômetro que está pesando na balança. O mercado mudou, o consumidor evoluiu. Hoje em dia, o pessoal quer algo mais refrescante, menos pesado. Os rosés viraram febre, os espumantes são a sensação do momento - e os tintos? Bem, os tintos estão ficando pra trás.

Números que não mentem

Aqui vai um dado que faz pensar: nos últimos cinco anos, a produção de tintos da Mioranza caiu pela metade. Metade! Enquanto isso, as vendas de brancos e rosés dispararam 40%. É como se o paladar brasileiro tivesse dado uma guinada rumo ao frescor.

E tem mais - a produção de tintos custa quase o dobro. As uvas são mais exigentes, o processo é mais complicado, o tempo de maturação é maior. No fim das contas, a conta não fecha mais.

E agora, o que vai sobrar?

Calma, não é o fim do mundo para os amantes de vinho. A Mioranza vai focar tudo nos espumantes, brancos e rosés. E olha, eles prometem coisas interessantes: vão investir pesado em qualidade, em novas técnicas, em uvas que se adaptem melhor ao nosso clima tropical.

É quase como se estivessem reinventando a roda - ou melhor, reinventando o vinho brasileiro. Quem sabe não surge algo ainda melhor?

O que me faz pensar: será que outras vinícolas vão seguir o mesmo caminho? É bem possível. Quando um player desse tamanho toma uma decisão dessas, o mercado todo presta atenção.

No fundo, é a velha história da adaptação. Ou você se adapta, ou você some. A Mioranza escolheu se adaptar. Resta saber se os consumidores vão acompanhar essa mudança.

Uma coisa é certa: da próxima vez que você for comprar um vinho, as opções podem ser bem diferentes. E talvez, só talvez, isso seja para melhor.