
Parece impensável, mas estamos diante de um cenário que beira o catastrófico. O Brasil, aquele mesmo que sempre foi sinônimo de café no mundo inteiro, pode simplesmente... sumir do mapa das exportações. É isso mesmo que você leu.
Num tom que misturava preocupação genuína com certa dose de incredulidade, um especialista do setor deixou claro no podcast O Assunto: estamos numa encruzilhada histórica. E das grandes.
O que está por trás dessa crise sem precedentes?
Não é exagero — é matemática pura. Os números não mentem, e eles estão gritando por ajuda. A situação chegou num ponto tão crítico que, se continuarmos nesse ritmo, o famoso "ouro verde" brasileiro pode virar poeira. Literalmente.
O que me preocupa, francamente, é que parece que ninguém está levando a sério a gravidade do momento. É como assistir a um incêndio em câmera lenta e ninguém correr para pegar o extintor.
Os principais fatores que nos trouxeram até aqui
- Mudanças climáticas que transformaram regiões produtoras inteiras
- Custos de produção que dispararam de forma assustadora
- Concorrência internacional cada vez mais agressiva e preparada
- Falta de políticas públicas consistentes para o setor
E sabe o que é pior? Muitos produtores, aqueles que sustentam essa cadeia há gerações, estão simplesmente jogando a toalha. Cansei de ouvir histórias de famílias que cultivavam café há décadas e agora estão migrando para outras culturas — quando não abandonam tudo de vez.
E agora, José?
A pergunta que não quer calar: tem solução? O especialista foi categórico — ainda dá tempo, mas o relógio está correndo contra nós. E rápido.
Precisamos de ações concretas, e não daquelas promessas vazias que políticos adoram fazer em ano eleitoral. Estamos falando de medidas de verdade, daquelas que doem no bolso mas salvam o futuro.
- Investimento pesado em tecnologia e pesquisa
- Políticas de crédito que realmente cheguem ao pequeno produtor
- Estratégias de mercado que valorizem nosso produto lá fora
- Preparação para as novas realidades climáticas
Parece óbvio, né? Mas é justamente essa obviedade que torna tudo mais frustrante. Às vezes tenho a impressão de que estamos discutindo o aquecimento global enquanto a casa já está pegando fogo.
O café não é só uma commodity — é parte da nossa alma, da nossa história. Imaginar o Brasil sem exportar café é como imaginar a França sem vinho ou a Argentina sem carne. Não faz sentido, não combina, não deveria nem ser uma possibilidade.
Mas é. E essa possibilidade está mais real do que gostaríamos de admitir.