Falta de Chuva em SP Ameaça Safra de Soja: Plantio Atrasado e Prejuízos no Horizonte
Estiagem atrasa plantio de soja em SP

O céu azul e sem nuvens que encanta moradores da cidade é justamente o pesadelo dos agricultores do interior paulista. A falta persistente de chuvas — que já virou assunto de boteco e motivo de preocupação nos sítios — está segurando o início do plantio da soja em várias regiões. E olha, a situação é séria.

Imagine só: o calendário agrícola já está avançado, mas a terra continua dura, ressecada, esperando por uma água que não vem. Os produtores, esses sim, estão com a faca e o queijo na mão — sementes prontas, maquinário ajustado — mas a natureza não colabora. É como ter todos os ingredientes para um bolo e faltar o forno.

O Que Dizem os Números

Nas regiões de Sorocaba, Itapetininga e Jundiaí, a coisa está feia. Alguns agricultores mais corajosos até tentaram começar o plantio, mas a maioria está esperando — e torcendo — por pelo menos 50 milímetros de chuva para molhar bem a terra. Menos que isso é praticamente jogar semente fora.

E não é exagero: sem umidade suficiente no solo, as sementes podem nem germinar direito. Ou então nascem fracas, vulneráveis. É dinheiro literalmente indo por água abaixo — ou melhor, pela falta dela.

Além da Soja: Efeito Dominó

O problema é que esse atraso inicial pode criar uma reação em cadeia. A soja que demora a ser plantada acaba atrasando também o milho segunda safra — a famosa "safrinha" — que já nasce com o calendário apertado. E aí, meu amigo, o risco de encontrar a seca ou até geadas no final do ciclo aumenta consideravelmente.

Alguns produtores estão considerando mudar para variedades de soja com ciclo mais curto, mas isso significa colher menos. É o famoso "menos pior". Outros pensam em reduzir a área plantada. Decisões difíceis, tomadas com o coração na mão e os olhos no céu.

Não É de Agora

O que mais preocupa é que essa seca não é novidade. Vem de meses! Alguns municípios acumulam déficit hídrico desde o inverno. Os reservatórios, as nascentes, os riachos — tudo abaixo do normal. Parece que a natureza esqueceu de abrir a torneira.

E enquanto isso, o relógio não para. A janela ideal de plantio vai fechando dia após dia. Cada semana de atraso pode significar queda de produtividade. Os mais experientes — aqueles com as mãos calejadas pela enxada — já estão fazendo as contas dos prejuízos.

Resta esperar. E torcer. Porque na agricultura, algumas variáveis a gente controla. Outras — como a chuva — dependem de forças maiores. Enquanto isso, o pó sobe das estradas rurais e a espera continua, sob um sol que insiste em brilhar forte demais.