
O Conselho Monetário Nacional deu um passo importante — mas também polêmico — no auxílio aos produtores rurais gaúchos. A linha especial de crédito, criada para ajudar na reconstrução após aquela enchente histórica que arrasou o estado, vai ter um limite máximo de R$ 12 bilhões. Não é pouco dinheiro, mas também não é tudo que se esperava.
Parece que o governo está caminhando na corda bamba. De um lado, a necessidade urgente de reconstruir lavouras, recuperar maquinário e basicamente refazer a vida no campo. Do outro, aquele velho fantasma da responsabilidade fiscal que sempre assombra Brasília.
Os detalhes que importam
A resolução do CMN estabelece regras bem específicas. Os recursos virão dos depósitos à vista — aqueles que nós, meros mortais, temos no banco — mas com um controle rigoroso. Cada operação precisa ser aprovada pelo Comitê de Operações de Crédito do banco, o que significa burocracia na certa.
O prazo? Até 31 de dezembro de 2025. Isso dá pouco mais de um ano para os produtores se organizarem e acessarem o crédito. Tempo curto, considerando a dimensão do estrago.
O que dizem os números
Os R$ 12 bilhões representam cerca de 10% dos depósitos à vista do sistema financeiro. Parece muito — e é — mas quando se coloca na balança com os prejuízos totais, que ultrapassam a casa dos R$ 10 bilhões só no agronegócio, a conta não fecha tão redondamente.
O Banco Central já adiantou que vai acompanhar de perto a execução desses recursos. Traduzindo: não vai dar moleza para ninguém. Cada centavo terá que ser bem justificado.
Entre a cruz e a espada
Os produtores rurais, é claro, estão numa saia justa. Precisam do dinheiro ontem, mas esbarram na burocracia que sempre acompanha esse tipo de medida. E tem mais: o crédito não é doação — é empréstimo que terá que ser pago, com juros e tudo mais.
Por outro lado, o governo argumenta que sem esse controle, o risco para o sistema financeiro seria imenso. É aquela história: querer ajudar sem quebrar o banco, literalmente.
O que vai acontecer daqui para frente? Difícil prever. O certo é que a reconstrução do Rio Grande do Sul ainda tem um longo caminho pela frente — e R$ 12 bilhões podem ser muito ou pouco, dependendo de como serão usados.