Açaí do Amapá emperra nos EUA: tarifação americana paralisa 11 toneladas do produto
Açaí do Amapá emperra por tarifa dos EUA

Imagine só: mais de 11 toneladas de açaí, aquele ouro roxo da Amazônia, paradas em contêineres no Amapá. Tudo porque os Estados Unidos resolveram apertar o cerco com tarifas de importação que deixaram o produto brasileiro menos competitivo. E olha que a gente tá falando do coração da produção nacional!

Os produtores locais tão com a faca e o queijo na mão — ou melhor, com os freezers cheios e a conta bancária vazia. "É um tiro no pé", diz um empresário do setor que prefere não se identificar. "A gente investiu pesado em qualidade, certificações, e agora toma essa."

Números que doem

Segundo dados da Secretaria de Agricultura do estado, só nos últimos dois meses:

  • 11,3 toneladas de açaí congelado encalhadas
  • Quase R$ 500 mil em prejuízos diretos
  • 15 pequenos produtores afetados

E não para por aí. O problema é que o açaí não espera — ele tem prazo de validade e precisa de cadeia de frio. Sem saída, alguns empresários já começaram a buscar mercados alternativos na Europa e Ásia, mas a logística é mais cara e complicada.

Efeito dominó

O que muita gente não percebe é como isso afeta toda a cadeia:

  1. Os batedores de açaí (aqueles caras que sobem nos açaizeiros) já sentem a queda na demanda
  2. As pequenas indústrias de processamento diminuíram turnos
  3. Até o comércio local de tapioca e peixe frito — que vive do movimento dos trabalhadores — está sofrendo

"Parece que quando espirram nos EUA, a gente pega pneumonia aqui", brinca — sem graça — Dona Maria, que tem uma banca no Mercado Central de Macapá.

Enquanto isso, o governo do estado promete "buscar soluções" (aquela velha história) e o Ministério da Agricultura diz que está "analisando o caso". Enquanto isso, o açaí fica aí, congelado no tempo e no espaço, esperando uma luz no fim do túnel — ou melhor, no fim da alfândega americana.