
Os ventos do comércio internacional estão soprando contra o Brasil — e não é exagero. Os Estados Unidos, nosso terceiro maior parceiro comercial, decidiram aumentar as tarifas de importação para uma série de produtos. E adivinha só? O agronegócio brasileiro está na mira.
O que está em jogo?
Dados do Ministério da Economia mostram que, só no primeiro semestre, os EUA importaram US$ 15 bilhões em produtos brasileiros. Mas agora, com as novas tarifas, essa relação pode esfriar. "É como jogar xadrez com peças a menos", comenta um analista do setor, que prefere não se identificar.
Os principais afetados:
- Aço e alumínio — Tarifa sobe para 25% (era 10%)
- Etanol — Aumento de 3,5% para 7,5%
- Carnes — Nova taxa de 5% sobre cortes especiais
E agora, José?
O governo brasileiro já sinalizou que pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas entre o discurso e a prática... bem, você conhece o ditado. Enquanto isso, exportadores estão repensando estratégias.
"Temos alternativas, mas nenhuma tão gorda quanto o mercado americano", admite Ricardo Silva*, dono de um frigorífico em Goiás. (*nome alterado a pedido do entrevistado)
Curiosidade: o estado de São Paulo concentra 38% das exportações para os EUA. Uma tempestade perfeita para a economia paulista?
Olhando para o futuro
Especialistas divergem. Enquanto uns preveem um baque de até 2% no PIB agrícola, outros acreditam que a China pode absorver parte da produção. "O jogo é dinâmico", resume a economista Carla Mendonça, "mas ninguém gosta de acordar com novas taxas na conta".
Uma coisa é certa: 2024 promete ser um ano de ajustes. E de criatividade — porque no comércio exterior, como na vida, quando uma porta se fecha... você já sabe o resto.