
Pois é, a prefeitura de Taubaté acabou de revelar seus números para o ano que vem, e a coisa não está nada fácil. O projeto de lei orçamentária para 2026, que será enviado à Câmara Municipal ainda esta semana, prevê um montante de R$ 2,6 bilhões — um valor que, à primeira vista, parece substancial, mas que já nasce com vários pontos de tensão.
Onze secretarias municipais, pasmem, terão que apertar os cintos. Onze! Isso representa quase metade de toda a estrutura administrativa da cidade. A equipe do prefeito José Antônio Saud (PSDB) — que assumiu em abril, depois da saixe de José Francisco dos Santos — está montando esse quebra-cabeça financeiro com peças que não se encaixam perfeitamente.
Onde o dinheiro some
O curioso — ou preocupante, depende do ponto de vista — é que as duas pastas mais sensíveis, Educação e Saúde, seguem como prioridades absolutas. Juntas, elas devem sugar nada menos que 64% de todo o orçamento. Parece muito? Talvez, mas a realidade das contas públicas é uma daquelas equações que nunca fecham redondinho.
Enquanto isso, outras áreas vão sentir o baque. Desenvolvimento Econômico, Turismo, Esportes, Cultura... Todas essas secretarias que normalmente impulsionam a economia local e a qualidade de vida dos taubateanos terão que fazer mais com menos. Ou, em alguns casos, simplesmente fazer menos.
O jogo político começa
O projeto chega à Câmara em um momento delicado. Os vereadores, é claro, já estão com as antenas ligadas. Afinal, cortar verba de secretarias significa, na prática, reduzir serviços que chegam diretamente à população. E ninguém quer ser o vilão dessa história.
O secretário de Governo, Vinícius Pires, tentou acalmar os ânimos durante a coletiva. "Tivemos que fazer escolhas difíceis", admitiu, com aquele tom típico de quem sabe que vai levar pedrada. Segundo ele, o foco foi manter o essencial — saúde, educação e assistência social — em funcionamento pleno.
Mas e as outras áreas? Bem, aí a conversa já fica mais embaçada.
O que esperar de 2026
Se o orçamento for aprovado como está — o que eu duvido, porque política municipal é sempre uma negociação sem fim — os taubateanos podem sentir na pele algumas mudanças. Serviços que dependem dessas secretarias com orçamento reduzido podem demorar mais, ou simplesmente não acontecer.
É aquela velha história: quando a grana aperta, o primeiro a sofrer é sempre o contribuinte. E olha que 2026 é ano eleitoral, o que torna todo esse processo ainda mais... interessante, digamos assim.
Os vereadores têm até o dia 15 de dezembro para analisar, discutir, modificar e — quem sabe — aprovar a proposta. Até lá, preparem-se para muito debate, muita discussão e, provavelmente, muitos ajustes no que foi apresentado.
Uma coisa é certa: o dinheiro é finito, mas as necessidades da população, essas sim, parecem infinitas. E administrar essa equação vai exigir mais do que simples números no papel.