
Não é exagero dizer que a situação em Samambaia cheira mal. Literalmente. Andar por algumas ruas do setor Sul é como percorrer um circuito de obstáculos, onde os desafios não são cones de trânsito, mas sofás desmontados, sacos de lixo rasgados e entulho de todo tipo. Um verdadeiro absurdo que se espalha a céu aberto.
O problema, claro, não é novo. Mas parece ter atingido um nível crítico nos últimos tempos. Os moradores, aqueles que realmente sofrem na pele as consequências, estão esgotados. "É uma luta diária", desabafa uma residente, enquanto aponta para um monte de resíduos que virou ponto fixo na esquina. "Você acorda, sai para trabalhar e se depara com isso. Desanima qualquer um."
Risco à Saúde e Insegurança
Além da evidente poluição visual — que desvaloriza os imóveis e destrói a paisagem urbana —, o acúmulo de detritos cria um ambiente perfeito para a proliferação de vetores de doenças. Ratos, baratas e mosquitos encontram nessas pilhas de lixo um verdadeiro buffet gratuito. A gente se pergunta: até quando?
E não para por aí. Em alguns pontos, o volume de entulho é tão grande que chega a invadir a via, dificultando a passagem de carros e, mais grave ainda, comprometendo a segurança de pedestres. À noite, então, o perigo é ainda maior. É um problema de saúde pública, de urbanismo e de cidadania, tudo misturado.
Falta de Conscientização e Fiscalização
Boa parte dessa crise, convenhamos, vem da falta de educação ambiental. Muita gente ainda trata o espaço público como lixeira particular — um hábito que precisa ser urgentemente quebrado. Mas, cá entre nós, também falta pulso firme. A fiscalização, pelo que se vê, é insuficiente. E sem punição, o mau comportamento se perpetua.
Por outro lado, alguns alegam que o poder público não oferece alternativas suficientes. A coleta de volumosos (móveis, eletrodomésticos) é irregular, e os pontos de entrega voluntária (PEVs) ficam distantes para muita gente. É uma equação complexa, mas que precisa ser resolvida com urgência.
O Grito da Comunidade por Soluções
A revolta nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp é palpável. Os moradores não aguentam mais. Eles exigem, com toda a razão, uma atitude concreta da administração regional. Não adianta apenas recolher o lixo uma vez e achar que resolveu — é preciso um plano contínuo, com educação, fiscalização e infraestrutura adequada.
Samambaia merece mais. Merece respeito. Enquanto o lixo se acumula, a paciência da comunidade se esvai. Resta saber se alguém está ouvindo.