
Imagine uma obra que começou quando ninguém ainda sabia o que era pandemia — pois é, estamos falando de 2020. E adivinha só? A reforma da EMEI Nelson Fernandes, em Bauru, ainda está longe de ficar pronta. Cinco anos se passaram, e a prefeitura parece que ainda não encontrou a chave para destravar essa situação.
O que era pra ser uma melhoria rápida se transformou num verdadeiro calvário para alunos, professores e pais. A escola, que atende crianças de 4 a 5 anos, funciona num espaço improvisado enquanto espera — veja bem — desde 2020 pela tão prometida reforma.
Um cenário de improvisos e inseguranças
A diretora Adriana de Souza Costa não esconde a frustração. "A gente vive num limbo", desabafa. As salas improvisadas não têm ventilação adequada, e o pátio — ah, o pátio — é simplesmente inexistente. As crianças brincam num corredor. Sim, você leu certo: num corredor.
E não para por aí. A cozinha? Improvisada. O refeitório? Nem existe. As crianças comem nas salas de aula, o que qualquer pessoa com mínimo de bom senso sabe que não é ideal. A situação é tão surreal que até a vigilância sanitária já embargou o local — mas a escola continua funcionando porque, bem, as crianças precisam estudar.
O eterno jogo de empurra-empurra
A prefeitura, é claro, joga a culpa na empreiteira. A empresa, por sua vez, diz que a prefeitura não paga. Enquanto isso, a obra parada vai deteriorando. Telhas quebradas, infiltrações, mato alto... parece cenário de filme pós-apocalíptico, mas é a realidade de um equipamento público em Bauru.
O mais irônico? A prefeitura alega que a obra está 72% concluída. Setenta e dois por cento! Mas quem passa pelo local vê apenas um esqueleto de concreto que mais parece uma ruína do que uma escola em reforma.
As vozes que ninguém ouve
Enquanto os adultos discutem, as crianças são as verdadeiras prejudicadas. Sem espaço adequado para brincar, sem infraestrutura mínima para desenvolver atividades pedagógicas. Os professores se desdobram em mil para tentar oferecer algum conforto, mas é como enxugar gelo.
Os pais, esses então, vivem entre a resignação e a revolta. Muitos já desistiram de reclamar — cansaram de bater em porta fechada. Outros ainda tentam, mas a sensação é de que ninguém lá no alto escalão realmente se importa.
E o pior? Nenhuma previsão concreta de quando isso vai acabar. A prefeitura se limita a dizer que "acompanha a situação" e que "está tomando as providências necessárias". Linguagem burocrática para "não sabemos quando vai terminar".
Enquanto isso, as crianças crescem, o tempo passa, e a obra continua lá — parada, silenciosa, esperando que alguém lembre que educação deveria ser prioridade, não promessa vazia.