
Não deu outra. A cena, já comum em alguns cantos da cidade, se repetiu: barracas desmontadas, caixas empilhadas e um vai-e-vem de fiscais que não deixou dúvidas sobre a seriedade da operação. A Prefeitura do Rio, numa ação direta e sem muita delonga, resolveu botar ordem na casa – ou melhor, na calçada.
O alvo? Uma feirinha que, segundo a administração municipal, resolveu se instalar de forma nada amigável no passeio público de um dos bairros mais valorizados da Zona Sul. A justificativa oficial foi clara: ocupação irregular do espaço, obstrução de via e, claro, a velha questão da falta de permissão.
O que levou à intervenção?
Parece que a situação vinha se arrastando há um tempinho. Moradores reclamavam – uns baixinho, outros nem tanto – do excesso de barracas e da dificuldade para circular a pé. Não é todo dia que você topa com uma mini feira livre no caminho do trabalho, né?
Do lado dos feirantes, a história é outra. Muitos alegam que tentaram regularizar a situação, mas esbarraram na burocracia ou na falta de alternativa. É aquela velha dança: de um lado, a necessidade de trabalhar; do outro, a obrigação de fazer cumprir a lei.
E agora, o que acontece?
A prefeitura garante que a ação não foi só para desmontar, mas também para orientar. “A ideia não é simplesmente reprimir, mas direcionar esses comerciantes para locais adequados”, disse um representante, sob condição de anonimato. Mas será que isso basta?
O debate, como era de se esperar, esquentou nas redes sociais. Uns acham que a prefeitura agiu certo, pois calçada é para pedestre, ponto final. Outros questionam: cadê a política pública que deveria acolher quem precisa ganhar a vida?
Enquanto isso, no asfalto quente da Zona Sul, o que restou foi o silêncio e o vazio onde antes havia movimento. E a pergunta que não quer calar: será que amanhã a feira volta?