
O mar devolveu o equipamento, mas não o homem. Na última sexta-feira, por volta das 10h da manhã, as águas aparentemente tranquilas da Praia do Santinho, em Florianópolis, testemunharam o sumiço que tem mantido bombeiros e mergulhadores em estado de alerta constante.
James William Klock, 57 anos, oceanógrafo com décadas de experiência nas profundezas — ironia cruel — não voltou de um mergulho de rotina. O norte-americano, que estava hospedado num hotel da região, simplesmente evaporou do mapa aquático.
Os Detalhes que Intrigam
O que se sabe até agora é fragmentário, como cacos de vidro na areia. Klock estava mergulhando sozinho, algo que conhecedores do mar sempre desaconselham. Seu colete salva-vidas e máscara de mergulho foram encontrados boiando, praticamente intactos, a cerca de 300 metros da costa.
Pergunta que não quer calar: como um profissional experiente, alguém que dedicou a vida a entender os oceanos, some sem deixar sequer um sinal de socorro?
Os bombeiros chegaram rápido, é verdade. Às 10h40 já estavam no local, iniciando buscas que se estenderam por horas. Helicóptero, mergulhadores, equipes terrestres — o pacote completo de resgate foi acionado. Mas o mar, esse velho conhecedor de segredos, não colaborou.
Silêncio no Santinho
A Praia do Santinho, normalmente vibrante com turistas e surfistas, carrega agora um ar pesado. Moradores comentam entre si sobre correntes traiçoeiras na região, especialmente no trecho norte onde Klock desapareceu.
"A gente conhece esse mar como a palma da mão, mas ele sempre tem uma carta na manga", comenta um pescador local, que preferiu não se identificar. "Ás vezes, num piscar de olhos, a maré vira."
A Polícia Civil assumiu as investigações, tentando reconstruir os últimos passos — ou melhor, braçadas — do oceanógrafo. Contataram o consulado americano, notificaram familiares. O que era operação de busca transformou-se em caso policial.
Mistério nas Profundezas
James Klock não era um turista qualquer se aventurando além da conta. Era um cientista, alguém que supostamente saberia ler os sinais do oceano. Isso torna o desaparecimento ainda mais perturbador.
Especulações? Não faltam. Acidente? Problema de saúde? Encontro inesperado com a fauna marinha? Cada hipótese parece mais frágil que a anterior.
Enquanto isso, as buscas continuam — ontem foram retomadas ao amanhecer e seguiram até o cair da tarde. O mar devolve o que quer, quando quer. Resta esperar que, desta vez, ele decida ser generoso.