
O ministro Jader Barbalho Filho não usou meias palavras ao falar sobre os preparativos de Belém para sediar a COP30 em 2025. A postura foi das mais claras: nada de superficialidades ou soluções cosméticas para impressionar visitantes.
"A gente não quer fazer maquiagem" — a frase ecoou na coletiva como um verdadeiro manifesto de intenções. E olha que ele não estava brincando não.
O que está em jogo aqui vai muito além de uma simples conferência internacional. Estamos falando de transformar estruturalmente uma das principais cidades da Amazônia, e o ministro deixou claro que não dá para enfeitar a casa só porque vêm visitas importantes.
O desafio amazônico
Belém não é São Paulo, nem Rio de Janeiro — e thank God por isso, diriam muitos. Mas a capital paraense enfrenta desafios únicos que exigem soluções igualmente únicas. O ministro reconheceu isso com uma franqueza que até surpreende no meio político.
"Temos que mostrar uma cidade que seja referência em sustentabilidade", afirmou, mas com um detalhe crucial: a sustentabilidade tem que ser real, não de fachada. E aí é que a coisa complica — ou se torna interessante, dependendo do ponto de vista.
Investimentos que permanecem
O mais interessante na fala do ministro — e isso sim é novidade — é a promessa de que os investimentos feitos para a COP30 não serão efêmeros. Não se trata daquelas obras relâmpago que se desfazem depois que as câmeras de televisão vão embora.
Estamos falando de melhorias que vão ficar, que vão mudar a vida do belenense comum. Transporte público, saneamento básico, mobilidade urbana — o pacote é ambicioso, pra dizer o mínimo.
E sabe o que é mais refrescante nisso tudo? A honestidade intelectual. Jader Filho admitiu que não será fácil, que os desafios são enormes, mas que a oportunidade é histórica. Quase dá para sentir o peso da responsabilidade nas suas palavras.
Um legado para além do evento
O que me chamou atenção — e muito — foi a perspectiva de longo prazo. O ministro não está pensando apenas em novembro de 2025, mas no que Belém será nas décadas seguintes. Isso, meus amigos, é raro na política brasileira.
A conferência climática serve como catalisador, como aquela desculpa perfeita para fazer o que deveria ser feito de qualquer maneira. E parece que alguém finalmente entendeu isso.
O recado está dado: Belém terá que passar por mudanças profundas, não apenas pintura nova e flores nos canteiros. A maquiagem, como disse o ministro, está definitivamente fora de cogitação.
Resta saber se a realidade acompanhará o discurso — mas, por enquanto, pelo menos as intenções parecem estar no lugar certo.