
A Prefeitura de Iperó, no interior de São Paulo, pagou cerca de R$ 1,2 milhão em gratificações a servidores municipais sem critérios claros ou justificativas transparentes. A informação foi divulgada após análise de documentos oficiais, que revelaram valores extras pagos além dos salários regulares.
Servidores receberam mais que o prefeito
Entre os casos mais chamativos, alguns funcionários públicos receberam benefícios que ultrapassaram o salário do próprio prefeito, Ivan Vicensotti (MDB). Enquanto o chefe do Executivo municipal tem uma remuneração mensal de R$ 13,5 mil, certos servidores chegaram a embolsar até R$ 15,8 mil em gratificações em um único mês.
Falta de transparência
Os pagamentos foram realizados entre janeiro e maio de 2025, mas não há registros claros sobre os motivos que justificariam esses valores extras. A legislação municipal permite gratificações por funções específicas ou produtividade, porém não há documentação que comprove esses critérios nos casos analisados.
Principais irregularidades apontadas:
- Pagamentos sem base legal ou regulamentação específica
- Valores superiores aos limites estabelecidos em lei
- Ausência de comprovação de mérito ou desempenho
- Falta de igualdade de oportunidades entre servidores
A Controladoria Geral do Município (CGM) já foi acionada para apurar possíveis irregularidades. Especialistas em direito administrativo alertam que esse tipo de prática pode configurar ato de improbidade, sujeito a ações judiciais.