
E aí, pessoal, vamos falar sobre aquela estrada que não sai do papel? A BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, está mais parada do que carro velho na estrada de terra. E o motivo? Uma briga danada entre o DNIT e o Ibama que tá pegando fogo.
O DNIT soltou uma nota essa semana que deu o que falar. Segundo eles, as exigências do Ibama são tão pesadas que simplesmente inviabilizam qualquer avanço nas obras do trecho do meio da rodovia. E olha que estamos falando de um trecho crucial de 400 quilômetros entre os interflúvios Madeira-Purus e Purus-Juruá.
O Que Exatamente o Ibama Quer?
Parece que o órgão ambiental colocou na mesa um pacote de 28 condicionantes que, nas palavras do próprio DNIT, "não encontram respaldo técnico ou legal". É tanta exigência que o pessoal da engenharia deve tá com dor de cabeça.
Entre as polêmicas, tem uma que chamou atenção: o Ibama quer que o DNIT monitore 17 espécies de animais - incluindo onças, botos e até aqueles macaquinhos que a gente vê nos documentários. Só que tem um probleminha: segundo o DNIT, isso simplesmente não faz sentido do ponto de vista técnico. É como pedir para um peixe subir em árvore, sabe?
E o Povo no Meio Disso Tudo?
Enquanto a briga técnica rola solta, quem sofre é a população. As comunidades ao longo da rodória ficam nesse limbo - sem estrada decente, sem acesso adequado. É uma situação que me faz pensar: será que não tem um meio termo?
O DNIT jura de pés juntos que cumpriu tudo que era possível cumprir. Eles dizem que apresentaram estudos, planos, relatórios... mas que algumas exigências são simplesmente impossíveis de atender. É tipo aquela história do ovo de Colombo - parece fácil quando alguém manda fazer, mas na prática é um parto.
E tem mais: o órgão alega que o Ibama está indo além do que a lei permite, criando exigências que não estão previstas em nenhum lugar. Isso me cheira a um daqueles casos em que cada um puxa a brasa para sua sardinha, enquanto o peixe queima no fogo.
E Agora, José?
A situação tá tão feia que o DNIT praticamente jogou a toalha. Eles declararam que, nas condições atuais, é impossível dar continuidade às obras. É como tentar construir uma casa com as mãos amarradas nas costas.
O pior de tudo é que isso não é de hoje. A BR-319 já é uma novela que vem sendo escrita há décadas, com capítulos e mais capítulos de promessas não cumpridas e obstáculos surgindo do nada.
Enquanto isso, no coração da Amazônia, a estrada continua naquele vai-não-vai que todo mundo conhece. As comunidades esperam, o governo promete, os órgãos brigam... e o asfalto? Bem, o asfalto continua sendo uma miragem no horizonte.
É complicado, né? De um lado, a necessidade urgente de infraestrutura. Do outro, a proteção ambiental que ninguém pode ignorar. Mas cadê o bom senso nessa história toda? Às vezes me pergunto se não estamos perdendo o foco do que realmente importa.