
O governo do Acre decidiu dar um passo ousado — e que promete movimentar os cofres públicos de forma significativa. Na última segunda-feira, a gestão estadual encaminhou à Assembleia Legislativa dois projetos que, juntos, buscam a contratação de empréstimos que somam impressionantes R$ 280 milhões. Não é pouca coisa, convenhamos.
O primeiro projeto, que mexe com nada menos que R$ 200 milhões, tem um destino bastante específico: reforçar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Social do Estado. Parece burocrático, mas na prática significa dinheiro direto para ações que atingem a população mais vulnerável. Já o segundo, de R$ 80 milhões, mira no fortalecimento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades de Infraestrutura — ou seja, melhorias em obras e serviços que todos nós usamos no dia a dia.
De onde vem tanto dinheiro?
Aqui está o pulo do gato: os recursos viriam do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o famoso BNDES. A proposta é que o estado contraia um empréstimo com a instituição, mas com uma condição que faz toda a diferença — o dinheiro seria aplicado exclusivamente nos programas mencionados. Nada de desvio de finalidade, pelo menos no papel.
O que me preocupa, confesso, é que empréstimos assim sempre chegam com uma conta a ser paga depois. Juros, prazos, condições... São detalhes que a população geralmente só descobre quando a fatura chega. Mas, por outro lado, quando bem aplicados, esses recursos podem dar um fôlego danado à economia local.
O que está em jogo?
- R$ 200 milhões para desenvolvimento social
- R$ 80 milhões destinados à infraestrutura
- Recursos vinculados ao BNDES
- Aplicação específica em programas já existentes
Curiosamente, o governo não detalhou prazos de pagamento ou taxas de juros — informações que, convenhamos, seriam bastante úteis para entender o real impacto dessa operação no longo prazo. Fica aquela sensação de que falta transparência, sabe?
Agora a bola está com os deputados estaduais. Eles precisam analisar e votar essas propostas, decidindo se autorizam ou não o endividamento adicional. Considerando que se trata de quase 300 milhões de reais, é de se esperar um debate acalorado — ou pelo menos deveria ser.
Enquanto isso, a população fica na expectativa. Será que esses recursos vão realmente chegar onde precisam? Ou serão mais um daqueles empréstimos que só aparecem nas notícias e depois somem sem deixar rastros visíveis? O tempo — e a fiscalização — dirão.