
Belém está se transformando a olhos vistos. E o coração dessa mudança bate mais forte no Aeroporto Internacional de Val-de-Cans, que acaba de concluir uma verdadeira revolução em suas instalações. As obras, orçadas em R$ 380 milhões — um investimento que faz a gente pensar no tamanho do desafio —, preparam o terminal para o maior evento ambiental do planeta: a COP-30.
E olha, não é pouco. A capacidade de processamento de passageiros praticamente dobrou, saltando de 6,5 milhões para 11 milhões por ano. Uma expansão que chega na hora certa, considerando a enxurrada de visitantes que a cidade vai receber no final do ano que vem.
Voos internacionais: uma nova rota para a Amazônia
O que mais chama atenção — e isso é fundamental — é a ampliação dos voos internacionais. A Infraero confirmou que já tem acordo com companhias aéreas para operar rotas diretas de Belém para Miami, Lisboa e Cidade do Panamá. Parece que finalmente vamos deixar de ser apenas uma promessa no mapa e nos tornar um destino real.
As obras incluíram desde a expansão do pátio de aeronaves — que agora comporta 20 posições, sendo 4 capazes de receber os gigantes Jumbos — até a modernização completa do terminal de passageiros. Os novos sistemas de check-in automatizado e os esteiras de bagagem de última geração prometem reduzir drasticamente os tempos de espera.
Preparação para a COP-30: mais do que concreto
Mas sabe o que é interessante? Toda essa transformação vai além do cimento e aço. O aeroporto incorporou tecnologias sustentáveis que, convenhamos, fazem todo sentido para um evento sobre mudanças climáticas. Sistema de reaproveitamento de água, energia solar e até um programa de compensação de carbono para voos charter da conferência.
"Estamos criando não apenas um aeroporto moderno, mas um símbolo de como a infraestrutura pode dialogar com a sustentabilidade", comentou um dos engenheiros envolvidos no projeto, que preferiu não se identificar. E faz sentido — que melhor cartão de visitas para a Amazônia do que um aeroporto que pratica o que prega?
Os números impressionam: 28 novos balcões de check-in, 8 pontes de embarque adicionais e uma área de segurança expandida em 60%. Coisa que, vamos combinar, era mais do que necessária considerando aquelas filas intermináveis de sexta-feira à tarde.
Impacto econômico: muito além dos voos
O que pouca gente percebe é que essa expansão vai gerar um efeito dominó na economia local. Estima-se a criação de 1.200 empregos diretos — de operadores de aeroporto a funcionários de lojas e restaurantes que estão sendo inaugurados no novo saguão.
E tem mais: o setor hoteleiro já está se preparando. Pelo menos três novas redes internacionais anunciaram planos de abrir unidades em Belém até meados de 2025. Parece que finalmente a cidade vai deixar de ser aquela parada obrigatória para os cruzeiros e se tornar um destino por direito próprio.
As obras, que começaram em 2022, enfrentaram seus percalços — atrasos na entrega de materiais, aquela chuva interminável de janeiro — mas conseguiram ser concluídas com quase um ano de antecedência. Um alívio, considerando que eventos globais desse porte costumam ser um verdadeiro quebra-cabeça logístico.
Agora é torcer para que tudo funcione como planejado. Porque quando os representantes de 190 países desembarcarem aqui no ano que vem, a primeira impressão — aquela que fica — vai ser dada pelo aeroporto. E pelo visto, Belém está pronta para receber o mundo de braços abertos.