Parece que o sol escaldante do Rio Grande do Norte não está atraindo tantos turistas brasileiros quanto deveria. E olha que estamos falando de um estado com praias de cartão-postal, dunas que parecem cenário de filme e uma cultura rica que vai muito além do que os olhos podem ver.
Os números que saíram essa semana são, pra ser sincero, um balde de água fria. Segundo o IBGE, em 2024 o RN ocupou a incômoda posição de segundo estado menos visitado do Nordeste por turistas nacionais. Só ficou à frente do Piauí nesse ranking que ninguém quer liderar.
Mas vamos com calma que a coisa é mais complexa do que parece.
O Que os Números Não Contam (Mas Deveriam)
A pesquisa mostrou que apenas 4,1% dos brasileiros que viajaram pelo país escolheram o Rio Grande do Norte como destino. Parece pouco? Porque é pouco mesmo. Quando você coloca na ponta do lápis, fica claro que tem algo errado na equação.
Enquanto isso, Bahia e Ceará continuam nadando de braçada - com 15,2% e 11,7% respectivamente. Pernambuco não ficou muito atrás, com 10,9%. A diferença é abissal, quase cruel.
Será que o Problema é Só Publicidade?
Conversando com quem entende do riscado - guias turísticos, donos de pousada, até o vendedor de coco na praia - aparece um consenso: falta divulgação, mas não só isso. "A gente tem belezas naturais de cair o queixo, mas precisa melhorar a infraestrutura", me confessou um empresário do setor que preferiu não se identificar.
E tem outro detalhe que pouca gente fala: a sazonalidade. O estado enche nas férias e feriados, mas depois? Vira uma cidade fantasma em algumas regiões. É como se o turismo aqui fosse de montanha-russa - sobe rápido, desce mais rápido ainda.
- Falta de voos diretos de algumas capitais
- Infraestrutura turística desigual pelo estado
- Concorrência acirrada com destinos mais consolidados
- Pouca diversificação de atrações além do sol e mar
Não é à toa que o trade turístico local está com a pulga atrás da orelha.
E Agora, José?
O que fazer quando você tem um produto bom mas não consegue vender? A pergunta de um milhão de dólares - ou melhor, de milhões de reais em potencial turístico perdido.
Alguns especialistas defendem que é hora de reinventar o marketing, mostrar que o RN é mais que Natal e Genipabu. Outros acham que o problema é mais embaixo - literalmente. "Precisamos melhorar estradas, sinalização, capacitação de profissionais", argumenta uma gestora pública.
Enquanto o debate esquenta, uma coisa é certa: o potencial existe e é enorme. Só falta alguém - ou todo mundo - botar a mão na massa pra transformar essa paisagem bonita num destino realmente irresistível.
Porque convenhamos: um estado com tanto a oferecer merece lugar melhor no coração - e no roteiro - dos viajantes brasileiros.
