
Você já parou pra pensar como certas crenças podem moldar completamente uma existência? Pois é exatamente isso que aconteceu com Malu Galli. A atriz — aquela mesma que marcou época na novela Vale Tudo — resolveu falar sem meias palavras sobre algo que pra muitos ainda é tabu: sua fé no Candomblé.
E olha, não se trata de uma relação superficial, não. Malu descreve essa conexão como algo visceral, quase como se fosse uma segunda pele. "É uma força que me sustenta", confessa ela, com aquela voz grave que já conhecemos das telas. A gente percebe, na maneira como ela fala, que não é só mais uma crença — é o alicerce que mantém tudo de pé.
Do palco ao terreiro: quando a arte e a espiritualidade se encontram
O que muita gente não imagina é como essa espiritualidade toda se mistura com o trabalho artístico. Malu explica que leva um pedacinho do Candomblé pra cada personagem que interpreta. Não de forma óbvia, claro — mas como uma energia que permeia tudo.
"A gente vive num mundo tão acelerado, tão cheio de cobranças...", reflete ela. "E o Candomblé me dá um chão. Uma base. Algo que me lembra de onde vim e pra onde vou." Dá pra notar nos olhos dela que não é conversa fiada — é convicção pura.
Quebrando preconceitos
Não é fácil ser uma figura pública e assumir uma religião que ainda sofre tanto preconceito. Malu reconhece isso, mas encara com uma coragem que impressiona. "As pessoas têm medo do que não conhecem", analisa. "E meu papel é justamente mostrar que o Candomblé é luz, é acolhimento, é ancestralidade."
E ela vai além: conta que sua trajetória no Candomblé começou há anos, quase por acaso. Ou será que não foi acaso nenhum? "Às vezes a gente acha que está escolhendo, mas na verdade está sendo escolhido", filosofa, com um sorriso que sugere que sabe coisas que nós nem sonhamos.
O mais interessante? Como ela consegue conciliar essa fé tão enraizada com a vida contemporânea. Não é sobre viver no passado — é sobre trazer sabedorias ancestrais para os dias de hoje. "Meus orixás me acompanham no trânsito caótico de São Paulo, nas gravações intermináveis, nos momentos de dúvida...", compartilha.
Um recado pra quem tem medo de seguir o próprio coração
Malu deixa um conselho — ou seria um ensinamento? — pra quem anda perdido na vida: "Escutem a intuição. Ela quase nunca erra. E se tiverem a oportunidade de conhecer outras espiritualidades, não tenham medo. Crescemos quando nos abrimos pro diferente."
No fim das contas, a história de Malu Galli com o Candomblé nos lembra de algo fundamental: todo mundo precisa de um porto seguro. Algo — ou alguém — que nos ajude a navegar as tempestades da vida. E pra ela, esse porto tem nome, axé e uma força que, definitivamente, a mantém de pé.