Tribo da Periferia prepara show épico no Mané Garrincha e revela segredos de família e superação
Tribo da Periferia: show emocionante no Mané Garrincha

Não é todo dia que a periferia ganha os holofotes do palco principal. Mas quando o assunto é Tribo da Periferia, o comum vira extraordinário. No próximo sábado, o Estádio Mané Garrincha vai tremer com os versos afiados da dupla que transformou dor em poesia.

"A gente não canta, a gente grita o que a rua cala", diz um deles, com aquela voz que parece ter engolido o asfalto quente de Ceilândia. E não é pra menos – a história deles daria um filme. Ou melhor, vários.

Da quebrada para o mundo

Imagine dois moleques que cresceram vendo a vida passar pela janela do ônibus lotado. Enquanto uns reclamavam do sol, eles colhiam cada raio de luz pra iluminar as letras dos primeiros raps. "Era ouvir o beat e soltar a alma", contam, lembrando dos tempos em que o estúdio cabia num quarto de 3x3.

O que começou como desabafo virou movimento. De repente, as ruas do Distrito Federal ecoavam rimas que falavam de fome, amor e sonhos – sempre no plural. "A gente nunca fez música pra ser famoso, mas pra não ser invisível", confessam.

O preço do palco

Por trás dos holofotes, histórias que doem:

  • Noites dormindo no estúdio pra gravar o primeiro disco
  • Shows cancelados porque "rap de favela não vende"
  • Parentes que torciam o nariz até o primeiro cheque chegar

Mas sabe o que é pior que tudo isso? Desistir. E essa palavra nunca esteve no vocabulário deles.

Família é tudo (mas não só de sangue)

"Minha mãe chorou quando ouviu a primeira música na rádio", revela um dos integrantes. A emoção transborda quando falam dos que acreditaram primeiro – a avó que guardava os recortes de jornal, o irmão que emprestou o primeiro violão, os fãs que lotavam bares de 50 pessoas.

O show no Mané Garrincha promete ser mais que um concerto. É celebração, resistência e, principalmente, prova viva de que talento não tem CEP. "Vamos botar fogo no palco, literal e figurativamente", brincam, referindo-se aos efeitos pirotécnicos que prepararam.

E pra quem acha que conhece a Tribo, eles avisam: "Guardem as lágrimas. E os tênis também, porque ninguém vai ficar parado".