Kenny G em entrevista polêmica: 'O passado não me interessa' diz ao desdenhar de legado musical
Kenny G: "O passado não me interessa"

Numa daquelas conversas que te fazem levantar a sobrancelha, o homem por trás do saxofone mais reconhecível do planeta solta uma bomba. "Sabe de uma coisa?", ele diz, com aquela tranquilidade que só décadas de fama conseguem dar, "o passado não é lá essas coisas interessantes para mim".

Kenny G — sim, esse mesmo que tocou na casa de todo mundo nos anos 90 — está longe de ser um artista preso às suas próprias memórias. Enquanto o mundo ainda assovia "Forever in Love" no banho, ele já está pensando no próximo passo.

Nostalgia? Não, obrigado

O que você faria se tivesse um sucesso que definiu uma geração? Provavelmente viveria dele, certo? Pois é, parece que Kenny G não pensa assim. "Cara, as pessoas ficam presas ao que você fez há trinta anos, mas a vida continua", reflete o músico, que completa: "Tenho tantas ideias novas, projetos diferentes — por que ficar olhando para trás?"

É quase um ato de rebeldia, se você parar para pensar. Num mundo obcecado por revivals e relançamentos, ele prefere mirar no futuro. E faz questão de deixar claro: não é ingratidão, é evolução.

O processo criativo de um ícone

Como será que funciona a mente de alguém que vendeu mais de 75 milhões de discos? "Às vezes as melhores melodias vêm quando estou fazendo outra coisa qualquer", revela. "Estou lavando a louça, andando de bicicleta — e pimba, lá vem uma ideia."

Ele fala sobre música com a mesma naturalidade com que respira. Mas tem um detalhe curioso: "Não fico analisando o que fiz antes. Cada projeto é um novo começo, sabe? Como se fosse a primeira vez."

O peso (ou a leveza) do sucesso

Imagine carregar a responsabilidade de ter feito uma das músicas mais românticas de todos os tempos. "Forever in Love" tocou em milhões de casamentos, formaturas, momentos especiais. E o que ele acha disso tudo?

"É lindo, realmente", admite. "Mas não posso deixar isso me definir. O artista precisa seguir em frente, senão vira uma caricatura de si mesmo."

Talvez seja essa a receita da longevidade — essa capacidade de se reinventar sem perder a essência. Kenny G, aos 68 anos, parece ter descoberto o equilíbrio perfeito entre reconhecer seu legado e não se tornar refém dele.

E o que vem por aí?

Sem dar muitos detalhes — porque artista adora um mistério —, ele adianta que tem "coisas diferentes" no forno. "Não é mais do mesmo, pode acreditar", promete com um sorriso no rosto.

Enquanto isso, continua tocando para plateias lotadas mundo afora. E sim, toca os clássicos — "não sou bobo de negar o que as pessoas amam" —, mas sempre com a mente no próximo capítulo.

No fim das contas, talvez essa seja a maior lição: não importa quantas vezes você ouviu "Songbird" na adolescência, Kenny G já está pensando na próxima trilha sonora da sua vida. E pelo jeito, vai ser surpresa.