Não é todo dia que a gente vê um escritor da Amazônia ocupando uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, não é mesmo? Pois Milton Hatoum — aquele mesmo que nos presenteou com obras-primas como "Dois Irmãos" e "Cinzas do Norte" — acaba de ser eleito, e a notícia tá dando o que falar.
"Quero trazer a literatura para o cotidiano das pessoas", soltou o autor, com aquela calma típica de quem sabe o peso das palavras. E não, ele não tá falando de decorar livros ou virar expert em teoria literária. A ideia é mais simples — e mais bonita: fazer da leitura um hábito tão natural quanto tomar café de manhã.
Da floresta para o mundo
Nascido em Manaus, Hatoum sempre teve um pé na Amazônia e outro no mundo. Suas histórias — cheias de cheiros, sabores e conflitos familiares — são a prova de que dá pra ser universal sem precisar virar as costas pras raízes. "Aqui tem história pra caramba", ele brinca, referindo-se à sua terra natal.
O curioso? O cara quase virou arquiteto. Quem diria que aquele estudante da Universidade de São Paulo acabaria dando vida a personagens tão marcantes? A vida prega dessas peças — e a gente agradece.
ABL ganha voz amazônica
A eleição dele pra ABL não é só um troféu pessoal. É um marco pra literatura regional. Num país onde tudo parece girar em torno do eixo Rio-São Paulo, ter um representante da Amazônia ocupando a cadeira número 38 tem seu simbolismo. "É como se a floresta finalmente ganhasse assento na mesa", comentou um admirador nas redes sociais.
E olha que o caminho não foi fácil. Hatoum mesmo já confessou que escrever em português — sendo filho de imigrantes libaneses — foi uma conquista. "A língua veio com a vida", diz ele, numa daquelas frases que a gente fica remoendo depois.
O futuro da literatura?
Num mundo dominado por telas e algoritmos, o novo imortal defende uma ideia radical: livros devem ser vividos, não consumidos. "Não adianta só ler rápido pra postar no Instagram", provoca. Sua receita? Paciência e profundidade — dois ingredientes que andam em falta por aí.
E os planos não param por aí. Entre um projeto e outro, o escritor adiantou que tá bolando algo novo. "Mas não vou contar ainda", disse com sorriso de quem guarda segredo gostoso. Mal podemos esperar!
