
Belém está prestes a virar o epicentro de uma explosão de sabores que vão muito além do açaí. Dias antes da COP30, a capital paraense recebe o 'Veja Comer & Beber' — um festival que promete colocar a gastronomia amazônica no centro das atenções globais. E olha que não é exagero.
Imagine uma combinação improvável: chefs estrelados, ingredientes que você nem sabia que existiam (já ouviu falar em pupunha fermentada?) e técnicas ancestrais que sobreviveram à globalização. Tudo isso regado a drinks que usam desde cascas de árvores até frutas que só dão em igarapés específicos — aquele tipo de coisa que faz até o mixólogo mais experiente coçar a cabeça.
Por que agora?
Timing é tudo. Com a COP30 chegando, os organizadores sabiam que o mundo estaria de olho na região. "É nossa chance de mostrar que a Amazônia não é só desmatamento — é um patrimônio culinário vivo", diz um dos curadores, entre um gole de suco de camu-camu (ácido que só vendo).
O cardápio? Uma viagem sem passaporte:
- Pratos que reinventam o peixe amazônico com técnicas francesas
- Doces que transformam frutas regionais em sobremesas de restaurante estrelado
- Cocktails que usam até formigas — sim, formigas — como ingrediente secreto
E não pense que é só sobre gourmetizar. Um dos destaques é justamente o resgate de receitas ribeirinhas quase esquecidas, aquelas que as avós faziam em panelas de barro e que agora ganham versões contemporâneas. Quem diria que o tacacá viraria espuma?
Além do prato
O evento vai além da degustação. Tem debates sobre:
- Como a gastronomia pode valorizar a floresta em pé
- O papel dos chefs na preservação de saberes tradicionais
- O futuro dos ingredientes amazônicos na alta cozinha mundial
Detalhe curioso: vários participantes estão vindo de lugares tão distantes quanto a Noruega e o Japão, todos atrás do que chamam de "o próximo grande movimento gastronômico". Resta saber se a Amazônia está pronta para esse palco — ou se o mundo está pronto para a Amazônia.
Uma coisa é certa: depois desse evento, ninguém vai olhar para um tucupi da mesma forma. E olha que isso é só o começo.