Confeiteira vence concurso com 'Morango do Amor' e vende 15 doces por dia em MG
Morango do Amor: doce que viralizou é patrimônio em MG

Uma simples receita de brigadeiro com morango, criada para agradar uma filha, transformou a vida de uma confeiteira e se tornou uma das maiores febres da internet em 2025. Conhecido como Morango do Amor, o doce não só garantiu a vitória em um concurso culinário, como também se tornou patrimônio cultural de uma pequena cidade mineira e continua movimentando o dia a dia da sua criadora.

Da faxina para a confeitaria: a história de Cláudia Bombom

A autora da receita que viralizou é Cláudia Maria Nicoleti, mais conhecida na cidade de Senador Amaral (MG) como "Cláudia Bombom". Sua trajetória na confeitaria começou há apenas quatro anos, após um revés durante a pandemia de Covid-19. Cláudia perdeu seu emprego como faxineira no interior de São Paulo e viu na produção de doces uma nova oportunidade.

Ela se mudou para Senador Amaral, município com cerca de 6,2 mil habitantes no Sul de Minas, por causa da plantação de morangos do marido. Foi lá que, no final de junho de 2025, ela inscreveu sua criação no concurso culinário do Festival de Inverno da cidade e saiu vencedora. A receita premiada leva morango envolto em brigadeiro de leite em pó e uma camada de açúcar cristalizado.

Atualmente, Cláudia mantém sua rotina de vender doces de porta em porta ou por encomenda. Ela comercializa entre 12 e 15 Morangos do Amor por dia, além de outras versões de brigadeiro que criou, como as de maracujá, beijinho e bicho de pé. A vitória no concurso reacendeu seus sonhos profissionais. "Quando eu ganhei o concurso eu vi que era mais um sinal que eu estou no caminho certo. Vem na cabeça que é só o primeiro, já abre a visão da gente", afirmou a confeiteira, que sonha em ter uma doceria própria.

Uma receita nascida do amor de mãe

A inspiração para o doce que conquistou o país veio de casa. Cláudia revela que criou o Morango do Amor porque o brigadeiro é o doce preferido de sua filha. "Todo sábado tinha que ter o brigadeiro com morango e aí surgiu a ideia de pôr leite ninho com morango e depois de pôr na calda e foi virando esse bombom de morango delicioso que é hoje", contou.

Ela fez vários testes até chegar à versão perfeita que foi apresentada no concurso. A confeiteira ainda brinca com a dimensão que sua criação tomou, ao se tornar uma verdadeira febre nas redes sociais e inspirar versões por todo o Brasil.

Do sucesso local ao patrimônio cultural

O impacto do Morango do Amor foi tão significativo que ultrapassou as fronteiras da internet. A Prefeitura de Senador Amaral decidiu transformar o doce em patrimônio cultural imaterial do município. A decisão tem um forte simbolismo, já que a cidade é um dos maiores produtores de morango de Minas Gerais.

Os números da produção local são impressionantes: 21 milhões de pés de morango plantados em 420 hectares, resultando em uma colheita anual de aproximadamente 32 mil toneladas da fruta. A oficialização do doce como patrimônio é um reconhecimento tanto da criatividade de Cláudia quanto da importância econômica da fruta para a região.

A febre do Morango do Amor se espalhou pelo país principalmente em julho de 2025, movimentando doceiras e confeitarias de Norte a Sul. O sucesso foi tamanho que inspirou uma série de outras versões "do amor" de alimentos, como milho, maracujá, kiwi e até itens salgados como torresmo e picanha.

A história de Cláudia Bombom e seu doce é um exemplo de como uma ideia simples, nascida do afeto familiar e do empreendedorismo, pode ganhar proporções nacionais, valorizar a produção local e se tornar parte da identidade cultural de uma cidade.