COP30: Organização internacional proíbe açaí, tucupi e maniçoba — entenda a polêmica
COP30 proíbe açaí, tucupi e maniçoba: polêmica no Pará

Parece brincadeira, mas não é. A poucos meses da COP30 — aquela conferência global que vai sacudir Belém do Pará em 2025 —, uma bomba caiu no colo dos cozinheiros da região: três ícones da gastronomia local foram banidos do cardápio oficial do evento. Açaí, tucupi e maniçoba, pratos que respiram a alma amazônica, simplesmente sumiram das opções aprovadas.

Quem deu o veredito foi uma tal de "Organização Internacional de Eventos Sustentáveis" — um nome pomposo que, cá entre nós, nunca tinha aparecido por aqui antes. Segundo eles, os pratos não atendem a "critérios de segurança alimentar global". Sério mesmo?

O que justificaria essa loucura?

Bom, vamos aos fatos (ou melhor, aos supostos fatos):

  • Açaí: alegam risco de contaminação por Chagas — o que qualquer paraense sabe que é balela, desde que o produto seja processado direito
  • Tucupi: aquele caldo amarelo delicioso feito de mandioca brava teria "níveis perigosos" de ácido cianídrico
  • Maniçoba: o prato que leva sete dias pra ficar pronto estaria "fora dos padrões internacionais de conservação"

Não dá pra engolir essa história sem fazer cara feia. O chef Carlos Correa, dono do famoso "Tempero do Norte", disparou: "Isso é um ataque à nossa cultura. Querem servir o quê? Hambúrguer congelado?"

E o povo, como ficou?

A revolta nas redes foi instantânea. #AçaíNãoÉCrime viralizou em horas. Até o governador Helder Barbalho — que normalmente evita polêmicas — soltou a frase: "Vamos mostrar que nossa comida é tão segura quanto saborosa".

Enquanto isso, os pequenos produtores, aqueles que vivem do açaí há gerações, estão com um pé atrás. "Se falarem que meu açaí é perigoso, como vou vender pra fora?", questiona Dona Maria, 62 anos, colhedora desde os 8.

O pior? A decisão veio sem aviso prévio. Ninguém consultou os pesquisadores locais, os cozinheiros tradicionais, muito menos as comunidades que mantêm viva essa herança culinária. Convenhamos: não é assim que se faz política sustentável.

E agora?

O Ministério da Agricultura já acenou com uma revisão da decisão. Enquanto isso, os organizadores locais prometem uma "feira paralela" com tudo que foi proibido — porque, francamente, imaginar a Amazônia sem seu sabor é como pensar na Bahia sem dendê.

Uma coisa é certa: essa história ainda vai dar muito pano pra manga. E o cheiro de maniçoba no evento? Bem, isso pode ser a primeira revolução gastronômica de uma conferência climática.