
Quem diria, não é mesmo? Os vinhos tintos sempre foram os reis indiscutíveis do cenário chileno — mas 2025 trouxe uma reviravolta que deixou até os sommeliers mais experientes de queixo caído.
O grande campeão? Um Chardonnay da vinícola Garces Silva, produzido lá no Vale de Leyda. A Amayna — sim, esse é o nome do tal vinho — simplesmente arrasou na competição "Wines of Chile" e levou o título máximo.
Uma surpresa que veio para ficar
O que mais impressiona nessa história toda é que o Amayna não foi só "mais um" entre os brancos. Ele superou setecentos e cinquenta concorrentes — a esmagadora maioria tintos — numa disputa acirradíssima. A gente até se pergunta: será que os tempos estão mudando de verdade?
O juri, composto por especialistas do mundo inteiro, destacou características que simplesmente cativaram. A acidez vibrante, aquele frescor que lembra brisa marinha, e aromas que vão desde frutas cítricas até nuances minerais bem sutis. Uma complexidade que, convenhamos, não é nada comum.
O segredo está no terroir
O Vale de Leyda, onde essa maravilha nasce, tem um microclima único — influência direta do Oceano Pacífico, com aqueles ventos frios e névoas matinais que parecem feitas sob medida para uvas Chardonnay. A vinícola Garces Silva investiu pesado em tecnologia de ponta, mas manteve um respeito quase religioso pelas características naturais da região.
E olha só que interessante: eles utilizam fermentação em barris de carvalho francês, mas com um controle tão preciso que a madeira não rouba o protagonismo da fruta. É equilíbrio na medida certa.
O que isso significa para o mercado?
Bom, essa vitória histórica pode sacudir as prateleiras — literalmente. Os consumidores, especialmente os brasileiros que sempre amaram os vinhos chilenos, talvez comecem a olhar com outros olhos para os brancos premium.
- Valorização dos vinhos brancos chilenos no mercado internacional
- Reconhecimento de regiões costeiras como produtoras de excelência
- Possível aumento na procura por Chardonnays de terroir específico
E cá entre nós: num país tropical como o nosso, um branco bem feito sempre cai bem, não é verdade?
Para além do troféu
O presidente da Wines of Chile, Ricardo Letelier, não disfarçou o entusiasmo. Em declaração exclusiva, ele afirmou que "essa premiação consolida a diversidade e a qualidade excepcional dos vinhos chilenos além dos tradicionais Carménère e Cabernet Sauvignon".
Parece que o Chile vinícola tem muito mais a oferecer do que imaginávamos. E eu, particularmente, adoro essas surpresas — elas renovam nosso prazer em descobrir e degustar.
Restaurantes e adegas especializadas já estão de olho nesse fenômeno. Quem sabe nas próximas semanas não encontramos o Amayna por aqui? Torçamos — e preparemos as taças.