
Parece até cenário de filme — um daqueles dramas históricos onde o passado insiste em não ser esquecido. No coração de Cuiabá, o Memorial Rondon teima em resistir. E olha que não tem sido fácil, viu?
Inaugurado em 1970 — faz tempo, né? — esse lugar nasceu pra contar a trajetória do Marechal Cândido Rondon. O cara era simplesmente um desbravador, um visionário que mapeou regiões inexploradas do Brasil como ninguém. E o memorial? Bem, era pra ser a casa dessa história toda.
Mas a realidade é bem diferente do que se planejou. O lugar, que fica ali no antigo Palácio da Instrução, vive uma saga de altos e baixos que daria um livro. A estrutura sofre com infiltrações, a pintura descasca, e alguns dos artefatos históricos parecem pedir socorro silenciosamente.
O que ainda se salva
Incrivelmente, mesmo com tanto descaso, o acervo guarda preciosidades. Tem desde uniformes militares originais até instrumentos de telegrafia que Rondon usou nas expedições. Algumas peças, é verdade, estão bem conservadas — mas outras... bem, melhor nem comentar.
Ah, e tem os documentos! Cartas, mapas, registros de viagem... é como se cada papel contasse um pedaço da epopeia de conectar o Brasil através dos telégrafos. Uma história que, convenhamos, pouca gente conhece de verdade.
E aí, qual o problema?
O que mais dói é ver como a coisa pública trata sua própria memória. O memorial já passou por várias gestões, cada uma com sua promessa de revitalização. Algumas até começaram obras, mas — adivinhem — muitas ficaram pela metade.
Dinheiro? Sempre falta. Prioridade? Zero. E enquanto isso, o tempo vai corroendo as paredes e a umidade vai destruindo documentos irreplaceáveis. É de cortar o coração.
Mas nem tudo está perdido
Aqui vai um lado bom da história: a resistência também vem de baixo. Professores, historiadores e até estudantes seguem lutando pela preservação do lugar. Eles fazem visitas guiadas, pressionam o poder público e tentam manter viva a chama da memória.
É aquela coisa: quando o governo falha, a sociedade precisa entrar em cena. E no caso do Memorial Rondon, essa galera é a verdadeira heroína da história.
No fim das contas, o memorial é mais que um prédio velho — é um símbolo teimoso de que nossa história importa. E que, mesmo abandonado, ele segue de pé, nos lembrando que esquecer o passado é perder parte de quem somos.