Museu do Crédito Real: 109 anos de história bancária em Juiz de Fora
História do Museu do Crédito Real em Juiz de Fora

No coração do Centro de Juiz de Fora, Minas Gerais, um prédio histórico guarda capítulos fundamentais da evolução econômica do Brasil. O Museu do Crédito Real, localizado na esquina da Rua Halfeld com a Avenida Getúlio Vargas, é muito mais que uma construção antiga; é um testemunho vivo de décadas de transformações financeiras e sociais do país.

Da fundação do banco à criação do museu

O edifício que hoje abriga o museu foi inaugurado como sede do Banco do Crédito Real no dia 5 de setembro de 1889. Este momento histórico ocorreu em um período de intensa ebulição política, marcado pelo fim da escravidão e pela iminente Proclamação da República.

A instituição bancária se consolidou como um símbolo de solidez. Ao longo de seus 109 anos de funcionamento, expandiu sua atuação, chegando a contar com 150 agências e aproximadamente 7 mil funcionários em 1990. O ciclo como banco privado terminou em 1998, quando foi privatizado e incorporado pelo Bradesco.

Anos antes, em 22 de agosto de 1964, dois funcionários da casa, José Tostes de Alvarenga Filho e Wilson Beraldo, tiveram a visão de preservar essa memória. Eles fundaram o Museu do Crédito Real, que se tornou o sexto museu do mundo dedicado especificamente à preservação da história monetária e bancária.

Um acervo que conta a história do dinheiro e das finanças

O museu possui um acervo riquíssimo, dividido em duas grandes coleções principais. A primeira é a de Objetos Pecuniários, que reúne moedas e cédulas de diversos países, além de exemplares de todos os períodos da história brasileira: Colônia, Reino-Unido, Império e República.

A segunda coleção, de História Bancária, é dedicada à vivência do setor e à trajetória do próprio Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Ela é composta por peças, objetos e documentos originais da instituição pioneira no estado.

O volume de itens é impressionante:

  • Cerca de 10 mil fotografias, filmes e livros.
  • Mais de 82 mil documentos que registram operações bancárias realizadas entre 1889 e 1998.

Entre esses documentos, pesquisadores podem encontrar registros de empréstimos agrícolas, relatórios anuais, livros de atas, balancetes, contas-correntes, escrituras, notas promissórias e cheques. Cada papel é uma peça do quebra-cabeça que forma a história financeira nacional.

Referência para pesquisadores e atração cultural

Mais do que um simples ponto turístico, o Museu do Crédito Real se estabeleceu como uma referência fundamental para pesquisadores, historiadores e economistas. Seu acervo minucioso permite estudar a evolução das práticas financeiras, o crédito rural e o desenvolvimento econômico de Minas Gerais e do Brasil ao longo de mais de um século.

Cada moeda, cada cédula e cada documento contabilístico preservado narra um episódio da trajetória de uma instituição que ajudou a moldar a economia do país. A visita é uma verdadeira viagem no tempo, que conecta o visitante às raízes do sistema bancário brasileiro.

Como visitar o Museu do Crédito Real

Para quem deseja conhecer esse patrimônio histórico, as informações são:

  • Funcionamento: Segundas, quartas e sextas-feiras, das 9h30 às 17h30.
  • Endereço: Avenida Getúlio Vargas, 455, Centro, Juiz de Fora - MG.
  • Contato: museucreditoreal@secult.mg.gov.br
  • Entrada: Gratuita.

O museu se configura como um programa cultural imperdível na Zona da Mata mineira, oferecendo uma oportunidade única de mergulhar na história econômica de forma concreta e fascinante.