
Num cantinho aconchegante de Presidente Prudente, onde o sol poente tinge as ruas de dourado, aconteceu algo mágico. Não era feitiçaria, mas algo tão poderoso quanto: palavras. Sim, aquelas combinadas com emoção e ritmo, capazes de fazer o coração bater mais forte.
O Sarau Solidário — porque sim, cultura e caridade podem (e devem!) andar de mãos dadas — transformou a última quinta-feira numa noite pra ficar na memória. E olha que a gente tá falando de uma época em que até o café parece amargo de tanta notícia ruim.
Versos que Alimentam a Alma
Teve de tudo: desde poemas que escorregavam pelos ouvidos feito mel até canções que arrepiavam até os fios de cabelo mais rebeldes. E o melhor? Cada aplauso virou doação de alimento. Genial, né?
"A gente queria provar que livro não é só enfeite de estante", contou uma das organizadoras, enquanto arrumava uma pilha de obras que seriam doadas. "É remédio pra solidão, mapa pra quem tá perdido, abraço de papel."
O Poder das Histórias
No meio da roda, uma senhora de cabelos prateados recitou Drummond com uma voz que tremia igual folha no vento — mas que encheu o lugar de uma coragem contagiante. Do outro lado, um adolescente, antes encolhido no canto, soltou um rap sobre esperança que deixou todo mundo de queixo caído.
E assim foi: verso após verso, a noite foi ficando mais leve. Até o ar parecia diferente — carregado não de problemas, mas daquela energia boa que só arte sabe criar.
Quem pensa que cultura é luxo devia ter visto aquela cena. Num mundo onde tudo é rápido e descartável, eles lembraram a gente do poder de parar. De ouvir. De sentir.