
Quem pensou que já tinha visto tudo em termos de performance artística se surpreendeu na noite desta sexta-feira (15). Ney Matogrosso, o eterno rebelde da música brasileira, transformou o palco do Festival de Inverno da Bahia em seu próprio playground — e que espetáculo!
Com aquela voz que parece vir de outro planeta — às vezes um sussurro, às vezes um trovão — o artista de 78 anos provou, mais uma vez, por que é considerado um dos maiores intérpretes do país. E olha que a plateia já chegou com expectativas lá no alto!
Setlist que mistura clássicos e surpresas
O show começou com um clima intimista, quase como se estivéssemos na sala de casa ouvindo histórias. Mas não demorou para virar uma verdadeira celebração. Entre um clássico dos Secos & Molhados e uma canção menos conhecida do seu repertório solo, Ney brincou com o público como quem não quer nada.
- "Homem com H" ganhou uma roupagem nova, quase jazzística
- A emocionante "Tocando em Frente" arrancou lágrimas (sim, eu vi gente chorando!)
- E quando achávamos que já tínhamos visto tudo, ele soltou uma versão surpreendente de "O Vira" que deixou todo mundo sem fôlego
Ah, e detalhe: a produção visual? Impecável. Luzes que dançavam com a música, figurinos que contavam histórias — Ney nunca foi de fazer coisas pela metade.
Público em transe
O que mais impressionou — além, claro, da voz que desafia o tempo — foi a conexão com o público. Gente de todas as idades, desde adolescentes até senhoras de cabelos brancos, cantando junto cada palavra. Parecia mais uma grande família reunida do que um show convencional.
"Eu vim pela nostalgia, mas saí completamente renovado", confessou Marcos, um fã de 45 anos que veio de Salvador especialmente para o evento. E ele não foi o único. A energia do lugar era tão palpável que até os seguranças dançavam discretamente.
Festival de Inverno consolida tradição
O festival, que já é tradição no calendário cultural baiano, mostrou mais uma vez seu poder de reunir grandes nomes e descobrir novos talentos. E Ney Matogrosso foi a cereja do bolo — ou melhor, o tempero forte da feijoada, para ficar mais brasileiro.
Depois de quase duas horas de show (sem intervalo, diga-se de passagem), o artista deixou o palco sob aplausos que pareciam não ter fim. E a pergunta que ficou no ar: quando ele volta? Porque depois de uma noite dessas, o público baiano — e não só ele — já está com saudades.