
Quem diria que um francês do século XIX ainda seria capaz de causar tanto rebuliço na São Paulo do século XXI? Pois é exatamente isso que acontece no MASP, onde a exposição dedicada a Claude Monet não apenas lota salas, mas riscou do mapa todos os recordes anteriores do museu.
Com números que beiram o surreal, a mostra "Monet: O Triunfo da Luz" atingiu a marca histórica de 731.173 visitantes. Sim, você leu certo: setecentos e trinta e uma mil pessoas! Um verdadeiro tsunami cultural que deixou para trás o anterior recordista – a exposição de Picasso em 2015, que havia conquistado 603 mil almas.
E olha que a coisa não para por aí. Ainda faltam dois dias inteiros para o encerramento, marcado para esta quinta-feira. A fila? Bem, isso se tornou quase uma atração paralela. Quem passa pela Avenida Paulista já se acostumou com o serpentina de entusiastas que parecem não se importar com a espera – afinal, a recompensa são aquelas pinceladas que mudaram para sempre a história da arte.
O que torna essa exposição tão especial?
Não é só o fato de reunir 61 obras do mestre impressionista, vindas de todos os cantos do planeta. É a experiência imersiva, aquele jeito quase mágico como a luz parece dançar nas telas. Monet tinha um dom – capturar instantes fugidios, e o MASP conseguiu transportar essa magia para o coração de São Paulo.
O sucesso foi tão avassalador que o museu precisou se adaptar na marra. Ampliou horários, criou dias com funcionamento especial até as 22h – e mesmo assim, a demanda não deu trégua. É cultura fervendo, gente!
Além dos números: o impacto real
Mais do que estatísticas impressionantes, essa exposição demonstra algo lindo: a sede de arte que paulistano (e brasileiro!) tem. Num país onde cultura muitas vezes é tratada como artigo de luxo, ver tanta gente disposta a enfrentar filas intermináveis é, no mínimo, revigorante.
E tem mais: o legado vai além das portas do museu. O merchandising da exposição – aquelas lojinhas cheias de lembrancinhas – vendeu nada menos que 85 mil produtos temáticos. De ímãs de geladeira a reproduções de alta qualidade, cada item levava um pedacinho do impressionismo para casa.
O que Monet diria se visse essa multidão do outro lado do Atlântico, mais de cem anos depois? Provavelmente sorriria, ajustaria seu chapéu e voltaria para capturar mais uma luz efêmera – dessa vez, a luz do entusiasmo brasileiro.