
Quem diria que aquela garota de João Pessoa conquistaria o coração do cinema nacional? Pois é, Marcelia Cartaxo — sim, a própria — recebeu uma homenagem que arrepiou até os mais durões no 52º Festival de Cinema de Gramado. E não foi qualquer reconhecimento: foi um daqueles momentos que ficam na história.
O clima no Palácio dos Festivais estava simplesmente elétrico. Quando anunciaram o tributo, parece que o tempo parou — sério mesmo. A plateia, um mix de cineastas, críticos e fãs apaixonados, explodiu em aplausos que ecoaram pela serra gaúcha. Não era pra menos: estamos falando de quatro décadas de uma carreira que simplesmente moldou parte da identidade do nosso cinema.
Uma Jornada de Quarenta Anos
Lembram de "A Hora da Estrela"? Claro que lembram! Foi ali, sob a direção da lendária Suzana Amaral, que Marcelia deu vida à inesquecível Macabéa em 1985. E olha só: aquela performance não foi apenas boa; foi daquelas que entram para os livros de história do cinema. Arrasou no Festival de Brasília e, pasmem, no Urso de Prata em Berlim — sim, internacionalizou!
Mas a mulher não parou por aí. Longe disso! Televisão? Dominou. Teatro? Mandou ver. Sua capacidade de se reinventar é quase irritante de tão impressionante. De dramas profundos a comédias leves, ela transita com uma naturalidade que faz a gente pensar: "nasceu pra isso".
O que Significa ser Homenageada?
Durante seu discurso — francamente emocionante, diga-se — Marcelia soltou uma que merece ser gravada: "É olhar para trás e ver que cada personagem foi um pedaço de mim deixado na tela". E completou, com aquela simplicidade que só os grandes realmente têm: "Essa homenagem não é só minha, é de todo um cinema que resiste".
E não pense que foi só discurso bonito. A noite seguiu com uma exibição especial de "A Hora da Estrela", seguida de um debate que misturou saudade, análise profunda e muito amor pela sétima arte. Teve gente que jurou ter visto lágrimas nos olhos de mais de um diretor presente — e olha que esses caras normalmente são durões.
Por que Isso Importa?
Num país onde a cultura vive aos trancos e barrancos, celebrar figuras como Marcelia é quase um ato de resistência. Mostra que qualidade e talento genuíno ainda importam. O Festival de Gramado, diga-se, tá de parabéns — reconhecer quem realmente fez a diferença é o que mantém viva a chama do nosso cinema.
E pra quem ainda não conhece o trabalho dela? Corre atrás! Desde "O Homem que Copiava" até recentes produções independentes, Marcelia continua surpreendendo. Mulher, nordestina e absurdamente talentosa: eis aí uma combinação poderosa que merece cada minuto de reconhecimento.
Gramado testemunhou mais do que uma homenagem: viu um pedaço vivo da história do cinema brasileiro sendo celebrado. E isso, meus amigos, é simplesmente impagável.