Parecia que o sertão inteiro tinha se mudado para Lençóis na noite deste domingo. E não é exagero — a energia que tomou conta da Praça do Coreto era algo tão palpável que dava pra quase tocar com as mãos. Leonardo, aquele mesmo que embalou tantos amores e desamores nas décadas de 90 e 2000, estava ali, no palco, como se o tempo não tivesse passado.
E que começo! Logo de cara, com aquela voz que todo mundo reconhece mesmo de olhos fechados, ele mandou um "É o Amor" que fez a multidão — e olha que eram mais de 5 mil pessoas, viu? — simplesmente surtar. Gente cantando, pulando, abraçando estranho... Foi lindo de se ver.
Setlist impecável e emoção à flor da pele
O repertório? Ah, meu amigo, foi uma verdadeira viagem no tempo. Uma daquelas que a gente faz com um sorriso bobo no rosto e o coração apertado de tanta saudade. Ele não economizou nos hits — e como poderia? São tantos...
- "Pense em Mim" — essa então, todo mundo cantou junto, até quem diz que não gosta de sertanejo
- "Um Sonhador" — pra lembrar que sonhar ainda vale a pena
- "Não Aprendi a Dizer Adeus" — confesso que aqui até eu me emocionei
- "Temporal de Amor" — porque tempestade boa é essa mesmo
E não parou por aí. Teve dueto (virtual, mas emocionante) com o eterno parceiro Leandro — que momento, hein? — e até uma canção nova, que promete ser mais um sucesso.
Público? Ah, o público...
Desde as primeiras horas da tarde já dava pra sentir que a coisa seria grande. Filas intermináveis, gente vinda de toda a Chapada Diamantina — e até de outros estados, pode acreditar. Turistas que programaram as férias literalmente em cima do show.
"Eu vim de São Paulo especificamente para ver o Leonardo aqui", me disse uma senhora com camiseta da dupla, os olhos brilhando. "É a realização de um sonho de adolescência." E ela não estava sozinha nesse sentimento.
Por que esse show importa?
Além de óbvio — porque é Leonardo, gente! — a apresentação marca algo maior: a reconexão do sertanejo raiz com novas plateias. Vi muito jovem, adolescente mesmo, cantando letra por letra de músicas que foram lançadas antes mesmo de eles nascerem.
Isso diz muito sobre a qualidade da música que se fazia — e ainda se faz, porque o artista continua relevante. E sobre como certas emoções são simplesmente atemporais.
O Festival de Inverno da Bahia, que já é tradicionalíssimo, acertou em cheio na escolha. Trouxe não apenas um grande nome, mas um pedaço da história musical brasileira para o coração da Bahia. E Lençóis, com toda sua magia, foi o palco perfeito.
Quando as últimas notas de "Você Não Sabe o Que É Amor" ecoaram pela praça, sob um céu estrelado típico da Chapada, era visível: ninguém ali queria ir embora. Foi uma daquelas noites que ficam na memória — e no coração — por muito, muito tempo.
